O grupo de empreendedores formado por Henrique Zanuzzo, Lucas Marin e Luís Fontes decidiu apostar em um setor pouco valorizado pelos supermercados, o de produtos para quem tem restrições alimentares, como intolerância a glúten e à lactose, diabéticos e veganos. Os sócios perceberam que este era um mercado de grande potencial e fundaram a One Market.
A intenção inicial era fundar um e-commerce, mas o que realmente emplacou foi o clube de assinatura. Hoje, a empresa já tem 7 000 assinantes e faturou R$ 8 milhões em 2017. Foi criado agora um “clube de compras” digital para quem tem restrições alimentares. Essa modalidade já conquistou 650 usuários que não são dos clubes de assinatura. A previsão é que a empresa fature entre 12 e 13 milhões de reais este ano.
O sócio Henrique Zanuzzo é formado em Economia e estagiou no Monashees, um fundo de investimento que investe em startups. Ele se aprofundou no tema e convidou seu amigo Lucas Marin, que fez pós-graduação na Universidade de Berkeley (Califórnia) e passou uma temporada no Vale do Silício para abrirem juntos um negócio. O último a se juntar ao grupo foi Luís Fontes.
Marin tem uma amiga de família que tem doença celíaca e, portanto, não pode consumir produtos que têm glúten. Ela tinha dificuldades para encontrar produtos que se adequassem á sua restrição e tornou-se chef, criando diversas receitas sem glúten e sem lactose. Os pães que ela produzia, por exemplo, eram procurados por clientes que iam até Sorocaba, no interior de São Paulo, para encontrá-los.
Zanuzzo usou seus conhecimentos para analisar o mercado de alimentos para celíacos. “Cerca de 1% da população brasileira é celíaca. Além disso, 7% é intolerante – ou seja, em algum momento terá uma reação similar à de um celíaco”, disse. “Vimos que havia uma demanda latente por acesso aos produtos, com grupos no Facebook de milhares de pessoas discutindo onde achar o melhor local de compras.”
O preço desses produtos especiais é alto, pois as empresas que os fabricam normalmente são pequenas e médias, tem dificuldades para estar nos supermercados e para divulgar sua existência. “Esse canal de distribuição é quase um monopólio, em que os supermercados ganham dinheiro loteando espaços. Os negócios pequenos, de alimentação de nicho, não possuem uma rentabilidade por metro quadrado suficiente para bater produtos populares se não praticam margens grandes. Eles acabam ficando nas pontas das gôndolas, até saírem.”
A ideia inicial do e-commerce ficou de lado, pois não é tão barato assim criar uma loja virtual. São necessários investimentos altos em estoque e logística e o volume de vendas tem que ser alto para compensar isso. Assim, optaram pelo clube de assinatura, que não tem o problema de estocagem e garante a recorrência da venda, além de utilizar sites mais simples. O primeiro produto foi a assinatura GlutenFree Box, voltada para os celíacos, lançado em 2014 e com preços mais acessíveis que o dos supermercados.
Apenas em um mês, o clube já tinha 200 assinaturas. A assinatura atual custa R$72,90. O portfólio foi ampliado para produtos sem açúcar, sem lactose e para veganos. A companhia criou clubes específicos para esses grupos, o SugarFree Box, o LacFree Box, a Vegana Box e a Orgânica Box. O grupo de alimentação vegana é o que mais cresce.
*Informações retiradas do Portal Exame
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