A Kimberly-Clark, multinacional norte-americana especializada em produtos de cuidado pessoal, anunciou nesta quarta-feira, 28, que planeja dobrar suas operações no Brasil até o final do biênio de 2027 e 2028. A decisão ocorre em meio a uma reorganização global de suas atividades, que abrangem 33 países, e após a empresa identificar o Brasil como um dos cinco mercados estratégicos para expandir seu portfólio, que inclui marcas renomadas como Huggies, de fraldas infantis, e Intimus, de absorventes.
O Brasil é o quarto maior mercado da Kimberly-Clark no mundo e foi apontado como estratégico para o futuro da multinacional em função da combinação de dois fatores. O primeiro diferencial consiste na vasta oferta de diferentes fibras de celulose, a principal matéria-prima consumida na produção da companhia. A segunda vantagem está no mercado interno, que tem perspectiva de crescimento do consumo de itens de cuidado pessoal no longo prazo.
Além do Brasil, os outros mercados estratégicos estão na China, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Indonésia. Globalmente, a reorganização da multinacional consiste na concentração de sua atuação em três grandes frentes. São elas o fortalecimento da inovação e a competitividade no mercado de cuidados pessoais, com foco em produtos para atender bebês, crianças, o público feminino e adultos, além da busca por melhorar a competitividade na linha de cuidado para a família, com produtos sensíveis como lenços e papéis higiênicos. A terceira frente consiste em fortalecer as operações na América do Norte, principal mercado da empresa.
Em 2023, a Kimberly-Clark vendeu suas operações brasileiras de tissue (papel que se transforma em papéis higiênicos, panos reutilizáveis, guardanapos e lenços faciais) para a Suzano por US$ 175 milhões, que se transformou na nova líder no segmento, com 24% de participação de mercado. Após o negócio, a multinacional concentrou suas operações no País em itens para cuidados pessoais, como fraldas e absorventes, o que consome a celulose fluff, produzida tradicionalmente por meio da extração de pinus.
Para dobrar de tamanho no Brasil, a Kimberly-Clark estabeleceu como estratégia avançar em três pilares, são eles o fortalecimento da atuação nas regiões Norte e Nordeste; a aceleração das inovações – que já se refletiu em investimentos 40% maiores em 2024 ante o ano anterior neste segmento – e promover a transformação cultural na sua área comercial, que pretende ampliar a venda de seus produtos utilizando as farmácias como canal de distribuição, com a frente já responsável por 40% do faturamento da companhia no País.
O presidente da Kimberly-Clark no Brasil, Cláudio Vilardo, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a companhia que as regiões Norte e Nordeste são a grande oportunidade para a Kimberly-Clark no País, em função de fatores como o crescimento econômico das regiões e a taxa de natalidade 20% maior que a média do Brasil.
“Entendemos que a regionalização no Norte e Nordeste é extremamente importante para a nossa companhia. Temos uma fábrica e um centro de distribuição em Camaçari, na Bahia, e já investimos cerca de R$ 400 milhões dentro dessa região nos últimos 10 anos, que consistiram em projetos de infraestrutura, melhoria competitiva e projetos sociais”, afirmou o executivo, mencionando que a capacidade produtiva no local já cresceu 40%.
No Brasil como um todo, a empresa já programou R$ 500 milhões em investimentos considerando os anos de 2023 e 2024. A empresa também pretende trazer ao País a marca Poise, que conta com cinco novos produtos voltados para o cuidados femininos, desde protetores a absorventes ideais para escapes, dos mais leves até os mais intensos.
Considerando as inovações no Brasil, a companhia aumentou em 40% o lançamento de produtos em 2024 na comparação com 2023. Vilardo também mencionou que a Kimberly-Clark pretende fortalecer a sua presença dentro do público adulto, que tem um ritmo de crescimento cada vez maior no País em função da transformação da pirâmide etária brasileira e tendência de envelhecimento.
Com informações de Estadão Conteúdo (Jorge Barbosa)
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