A empresa alemã Lufthansa e a Air France-KLM manifestaram interesse na TAP Air Portugal, depois que o governo português disse que planeja vender uma participação majoritária em sua companhia aérea.
O licitante vencedor obteria acesso à ampla rede da TAP e às conexões com a América do Sul, incluindo o Brasil, e outros países de língua portuguesa na África, como Moçambique.
A decisão de privatizar a companhia aérea abre caminho para mais consolidação no setor de aviação da Europa, depois que a Lufthansa comprou uma participação de 41% na ITA Airways, a companhia aérea italiana anteriormente conhecida como Alitalia, e a International Consolidated Airlines Group, controladora da British Airways, concordou em comprar a companhia aérea espanhola Air Europa.
“Em princípio, o Grupo Lufthansa sempre quer ter um papel ativo na consolidação do mercado”, disse um porta-voz. “É por isso que a venda planejada de uma participação na TAP de Portugal é interessante para nós. O Grupo Lufthansa e a TAP se complementariam muito bem, especialmente com a rede de rotas da TAP de e para a América do Sul”.
Um porta-voz da Air France-KLM disse que o grupo tinha um “forte interesse na privatização da TAP” e que estava aguardando detalhes do processo.
Boom pós-pandemia
A demanda reprimida após a pandemia impulsionou os gastos com viagens nos últimos tempos, mas a situação pode se reverter no segundo semestre do ano devido à alta inflação e o aumento das taxas de juros, alertou a Ryanair, a maior companhia aérea da Europa em número de passageiros.
“Estamos preocupados com o impacto dessas tendências macroeconômicas”, disse o CEO da empresa, Michael O’Leary, em um vídeo publicado na segunda-feira, 24. Segundo ele, isso pode “afetar os gastos do consumidor no segundo semestre do ano”.
As previsões de O’Leary contrastam com o anúncio de que a Ryanair reportou lucros no primeiro trimestre de 663 milhões de euros (cerca de R$ 3,13 bilhões), número quase quatro vezes maior do que no mesmo período do ano passado, quando o setor foi afetado pela invasão da Rússia à Ucrânia.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
Imagem: Shutterstock