A Bolsa brasileira (B3) informou que excluirá as ações da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, negociadas sob o ticker GOLL4, de todos os seus índices, em virtude do pedido de Chapter 11 pela companhia perante o Tribunal de Falências dos Estados Unidos, bem como das demais repercussões no mercado.
A Gol terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular da terça-feira, 30, sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores.
Com isso, a “GOLL4” segue negociada normalmente, mas passa a ser listada na B3 sob o título de “Outras Condições” a partir do pregão desta terça-feira.
No pregão desta segunda-feira, 29, o papel registrou queda de 33,61% e com cotação a R$ 3,93.
Com essa desvalorização, perdeu R$ 674 milhões de valor de mercado (market cap), passando a valer R$ 1.323.758,00.
Empréstimo DIP de US$ 950 milhões
O juiz-chefe da corte de falências de Nova York, Martin Glenn, aceitou interinamente na tarde desta segunda-feira, 29, o pedido da Gol para fazer um empréstimo Debtor-in-Possession (DIP), uma modalidade de crédito específica para empresas em situação financeira difícil, no valor de US$ 950 milhões.
A autorização provisória permite entrada imediata de US$ 350 milhões na companhia assim que o juiz norte-americano liberar a transação. O restante do DIP Financing pode ser repassado a companhia após a aprovação final do financiamento pela Corte de Nova York.
“A obtenção da autorização do Tribunal dos Estados Unidos para acesso a novos financiamentos permitirá à Gol continuar operando normalmente, conforme prevíamos”, afirmou o CEO da Gol, Celso Ferrer, em nota.
O DIP foi conseguido com os detentores de títulos de dívida da Abra, empresa que controla da Gol e a Avianca.
Pela decisão judicial, os financiadores do DIP terão preferência de pagamento, à frente de todos os outros credores da Gol, como é usual neste tipo de financiamento.
Os financiadores também não ficam obrigados a fazer novos empréstimos a Gol, nem a monitorar o uso feito pela empresado valor emprestado.
Na decisão, o juiz afirma que na ausência da decisão provisória de concessão do DIP Financing “os bens dos devedores seriam imediata e irreparavelmente prejudicados”.
Segundo planejamento apresentado pelo Gol e anexado na decisão, a expectativa da empresa é que o financiamento seja repassado em parcelas ao longo das próximas 13 semanas.
O DIP será usado para repagar empréstimo-ponte da Abra à Gol, feito no último dia 20 e também para capital de giro, custos do Chapter 11, e pagamentos aprovados pela corte.
Com informações de Estadão Conteúdo (Júlia Pestana)
Imagem: Shutterstock