Microsoft e Activision depõem nos EUA para decidir sobre possível fusão

A companhia argumenta que o acordo não prejudicará a concorrência e que está comprometida em licenciar os jogos para rivais

O destino do que poderia ser a fusão mais cara da história da indústria de tecnologia logo estará nas mãos de um juiz federal que deve decidir se impedirá a Microsoft de fechar seu acordo para comprar a empresa de videogames Activision Blizzard.

A Microsoft teve vantagem na audiência de 5 dias no tribunal federal de São Francisco, marcada para terminar nesta quinta-feira, 29, quando convocou seu CEO Satya Nadella e outros executivos, incluindo o antigo CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, para testemunhar a favor da fusão.

A Federal Trade Commission (FTC), que aplica as leis antitruste, pediu à juíza distrital dos EUA, Jacqueline Scott Corley, que emitisse uma liminar que impediria temporariamente a Microsoft e a Activision de fechar o acordo antes que o juiz interno da FTC pudesse analisá-lo em um julgamento em agosto. Porém, tanto a Microsoft quanto a Activision sugeriram que tal atraso os forçaria efetivamente a abandonar o acordo que assinaram há 17 meses.

Nadella, Kotick e outras testemunhas da Microsoft tentaram dissipar as preocupações da Sony de que a Microsoft impediria o uso de certos jogos no console Playstation, argumentando que era melhor para os negócios manter jogos como Call of Duty em várias plataformas.

“A possibilidade de tornar Call of Duty exclusivo para o Xbox nunca foi avaliada ou discutida comigo, nem sequer foi mencionada em nenhuma das apresentações ou discussões com o Conselho de Administração”, disse hoje a diretora financeira da Microsoft, Amy Hood, em testemunho.

Mas o principal advogado da FTC no caso, James Weingarten, tentou minar as afirmações da Microsoft de que não se importava muito em tornar os jogos exclusivos. Weingarten interrogou um executivo financeiro da divisão Xbox da Microsoft sobre as discussões de estratégia interna da empresa para a aquisição da Activision Blizzard, bem como a compra em 2021 de outra grande fabricante de jogos, a Zenimax, por US$ 7,5 bilhões. Tanto a Microsoft quanto a FTC devem apresentar seus argumentos finais ainda hoje.

O acordo também enfrenta oposição de outro grande regulador, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, enquanto outros países e a União Europeia o aprovaram.

Com informações de Estadão Conteúdo (Associated Press)
Imagem: Shutterstock

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