As dificuldades da logística no e-commerce é tema de painel do LATAM Retail Show

Jae Lee, CEO do Grupo Ornatus; Roberto Soares, diretor Comercial da Pier 8 Logística para E-commerce; Nelson Duarte, head of Digital Retail and Logistics da Stefanini e Sidney Nakao Sato, Supply Chain director da Under Armour participaram de painel sobre os desafios da logística no e-commerce durante o LATAM Retail Show. A apresentação contou com a curadoria de Sandra Hayashida, sócia-diretora da GS&Digital.

Sandra abriu a conversa contando trazendo um panorama da evolução do varejo, do canal único até o omnichannel. “No momento atual, sem dúvida o maior desafio é a logística. É a queixa mais frequente dos varejistas”, disse.

Duarte falou sobre o cenário atual do mundo, com a população vivendo principalmente nas cidades, com recursos suficientes para 4 bilhões de pessoas, sendo que a população mundial é de 9 bilhões. Neste quadro, as tecnologias vêm evoluindo. Até 2020, cerca de 85% das interações com as empresas acontecerão de forma digital.

O executivo trouxe os principais desafios do varejo atual, como estradas ruins, grande crescimento do roubo de carga, falta de mão de obra especializada e as mudanças da tecnologia. “Das 188 maiores empresas em 2016, somente 60 são as mesmas de 1955. As demais não sobreviveram. Isso demonstra que as coisas estão mudando muito rápido e não é de hoje”, falou.

Ele também comentou a necessidade de trazer inovações com qualidade. “Uma coisa tem que ser boa não por ser nova, mas por ser boa de fato”, afirmou.

Lee falou sobre o “tsunami atual”, que é sua maior preocupação, o chamado mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). “Neste momento, com tantas mudanças, marcas grandes e conceituadas como a Nokia são destruídas da noite para o dia”, disse. Ele comparou a sua chegada ao Brasil com a sensação que tem hoje. “Sou imigrante, vim da Coreia do Sul. Me sinto um imigrante neste novo mundo em que vivemos”.

O empresário também falou sobre os millenials e a Geração Z. Os millenials são engajados, preocupados com o planeta, preferem ser do ter, são conectados. “Eles já representam mais de 50% da minha base de clientes. A Geração Z representará 40% dos consumidores em 2020”.

Ele falou sobre a mudança dos shoppings. “Visitei um em Atlanta, nos Estados Unidos. É basicamente um centro de entretenimento. As pessoas podem até morar nos prédios localizados em volta”, contou.

No entanto, para o empresário, no fim, as coisas não mudaram tanto assim. “No fim do dia, o varejo continua sendo o pretinho básico. Basta colocar o cliente no centro”, concluiu.

Soares explicou que a empresa se define como uma “boutique de logística, porque adaptam a logística a cada tipo de negócio. Atendemos empresas de grande até pequeno porte”, explicou. Ele acredita que as coisas mudaram, mas o cliente continua comprando. “Se a pessoa comprou o seu produto e você prometeu entregar em 15 ou 20 dias, o mínimo que você tem que fazer é cumprir o prazo. E muitas empresas têm problemas com isso”, resumiu.

Ele falou sobre os problemas que as empresas enfrentam com os correios, que não entregam no prazo. “É preciso dividir. Às vezes uma companhia logística opera melhor no interior, outra na capital”, exemplificou.

A logística é decisiva. “Antes havia o funcionário de transporte, que se virava para entregar do ponto A ao B. Se você ainda tem essa pessoa, está perdendo tempo. Tem que ter um expert em logística, que participe das decisões”, falou.

Sato falou um pouco sobre a companhia, que nasceu e teve um grande crescimento no começo, mas passou por dificuldades. Está no Brasil há 5 anos. “No começo as pessoas nem conheciam a Under Armour. Eu tinha até que soletrar o nome”, contou.

“Nascemos numa geração mais millenial, mais nova. Para entrar na empresa tem que se sentir engajado, gostar da empresa. Além disso, tem que ser resiliente, porque as mudanças acontecem o tempo todo. É dada liberdade para os colaboradores e eles têm poder de decisão, com responsabilidades”, falou Sato.

Para o executivo, muitas coisas na empresa tiveram que ser adaptadas, porque são diferentes das expectativas. “Acreditávamos que o know how do varejo valeria para o e-commerce, mas as operações são completamente diferentes. A demanda não é previsível como achávamos, ela depende de outros fatores. A troca não é focada em defeitos. Às vezes o cliente não gostou do tamanho e quer trocar, sendo 400% maior do que no wholesale”, explicou.

(Foto: Davi Camargo/ Terassan Fotografia​)

 

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