Diariamente, recebemos de nossos clientes e de todos os que se relacionam com nosso ecossistema, demandas relacionadas ao tema Transformação Digital. São workshops de sensibilização, treinamentos com informações e conteúdos técnicos, encontros para alinhamento de conceitos e programas de imersão em novas tecnologias. Todos são temas recorrentes, mas o principal ponto de inflexão que percebemos é um profundo interesse das organizações em desenvolver seus times e, principalmente, integrar as pessoas aos processos de Transformação Digital em suas organizações e, quando falamos em pessoas, esta rede vai de colaboradores, clientes e à própria comunidade que as cerca.
Embora a tecnologia seja a alavanca fundamental da Transformação Digital é inegável que as pessoas são as que a fazem acontecer. A Transformação Digital é com elas e por elas. As pessoas são os protagonistas principais, seja na criação, na sinalização da necessidade ou no uso das tecnologias e dos processos facilitados por sua existência. Por esta razão, a Transformação Digital é, antes de tudo, um fenômeno humano, permeada por uma mudança cultural e comportamental das pessoas.
Grande parte destas demandas acontece porque as organizações acreditam que a tecnologia está transformando os mercados. Fato. Mas, na verdade, são as pessoas os verdadeiros agentes de transformação. Relacionamento, conexão e compartilhamento são as bases da nova sociedade e a tecnologia é um facilitador deste processo. E como um meio, não como um fim em si mesma.
Em poucas palavras nos atrevemos a propor uma definição para a Transformação Digital como sendo o uso das tecnologias para aumentar o desempenho, produtividade, precisão, inteligência, dados, dando subsídio para modificar a forma como os negócios são feitos e as relações entre as pessoas são facilitadas. Quando fazemos uso da tecnologia para melhorar qualquer processo, ação ou relação, estamos promovendo um processo de Transformação Digital. Não seria ela considerada uma grande revolução (ou seria evolução?) se atingisse apenas uma parte da sociedade. Claramente, trata-se de um movimento mundial sem precedentes que impacta toda a sociedade atual, em todo o mundo, em qualquer classe social, cultura ou religião.
O uso da tecnologia favorece o protagonismo, a experiência do usuário, a agilidade dos processos e procedimentos, aumentando a eficiência e a produtividade das empresas. Como consequência, a Transformação Digital gera uma necessidade e exigência constantes de evolução nos modelos de gestão, produtos e posicionamento das empresas, sobretudo com base na mobilidade e na maneira geral de se pensar o negócio.
Muitas são as variáveis envolvidas em um processo de Transformação Digital, mas com todos estes pontos em perspectiva e, principalmente, experimentando o impacto destas mudanças nos negócios, quer queiramos ou não, listamos alguns pontos importantes a serem considerados ao se pensar em promover uma Transformação Digital nas organizações. Vale algumas reflexões:
Ter foco genuíno no cliente: Promover o uso de uma determinada tecnologia porque os concorrentes estão fazendo ou sem entender os benefícios que esta mudança trará na estratégia e posicionamento geral da empresa e, sobretudo, na vida do cliente é uma armadilha. Simples, mas fundamentais, as primeiras perguntas que devem ser feitas são: como esta Transformação Digital agregará valor ao meu produto e à experiência do meu cliente? Ela facilitará a vida dele e diminuirá os pontos de atrito? O meu cliente perceberá valor na minha empresa com esta transformação? Quais benefícios ela trará àqueles que se dispuserem a utilizá-la? Esta mudança vale o investimento do tempo do cliente ao utilizá-la? Está alinhada com a macro estratégia do negócio? Tem um propósito real definido na sua utilização?
Digo perguntas simples, mas as análises são bastante complexas. Colocar o cliente no foco é calçar os seus sapatos, entender e mergulhar em sua jornada de compra e experiência.
Avaliar a cultura essencial da empresa: estamos olhando para a Transformação Digital como um fenômeno humano e que impacta diretamente em uma série de sensações humanas. Esta mudança acontecerá de forma mais natural ou mais empurrada, a depender do engajamento das pessoas que estão participando deste processo de transformação. Teremos implicações e mudanças de procedimentos, rotinas, postos de trabalho e, principalmente, na mentalidade de todos os envolvidos. E ela será muito mais fácil se todos estiverem alinhados e abraçarem esta mudança, envolvidos com ela. Importante alinhar níveis de conhecimento das pessoas participantes, explicar os objetivos principais e dar suporte no entendimento e benefícios da implantação.
Fundamental preparar a equipe para este novo momento e dar suporte no decorrer do processo. Muitas dúvidas aparecerão, muitos problemas ocorrerão, mas quando a equipe está envolvida e comprometida com o que foi construído junto, qualquer desafio pode ser superado. Estar aberto a fazer adaptações ou criar uma nova cultura empresarial pode ser um bom caminho também para a reinvenção da empresa.
Transformar as pessoas para esta nova fase: um dos medos mais comuns nas pessoas envolvidas nos processos de Transformação Digital é o de perderem seus postos de trabalho ou o seu espaço. Parte fundamental inicial neste processo é o alinhamento e preparação, como dito anteriormente. Outro ponto importante é considerar o tempo necessário para estes profissionais se transformarem e adquirirem novas habilidades nesta recente realidade. Substituí-los pode ser o primeiro pensamento de um líder, mas estes profissionais conhecem o produto, empresa e seus clientes como ninguém.
Destinar no planejamento de transição um tempo para que os profissionais atuais se desenvolvam, promover treinamento e desenvolvimento para eles é de fundamental importância. Mesclar profissionais novos, já com conhecimento nas novas tecnologias e processos implementados com profissionais já conhecedores da empresa, produtos e clientes é um caminho certeiro também. Importante é não desprezar este aspecto fundamental no planejamento, atropelando etapas e não esperando o tempo suficiente para amadurecer as novas habilidades nas pessoas, isso faz com que a transição seja menos traumática para a empresa, para as pessoas, engajando-as e motivando a equipe que se sentirá protagonista nesta nova fase.
Abrir espaço para o novo: mudar significa abrir espaço e aceitar a mudança. Ela não ocorre apenas nos processos, mas profundamente na mentalidade da organização. Abertura para esta mudança de mentalidade pode envolver transformar produtos, posicionamento, modelos de negócio ou de operação, nichos de atuação. E este é um caminho sem volta, pois ficar parado no mesmo lugar pode ser fatal para o negócio. É necessário estar aberto e desapegado a novas ideias, processos, produtos, projetos, parcerias. Mudança é a nova zona de conforto em tempos de transformação digital.
Como disse, muitas são as variáveis envolvidas em todo este processo. A certeza que está na mesa é de que é um processo sem volta e tudo o que não for revisto pode significar o fim, de negócios e de carreiras. Estar alerta a isso e buscar o seu modo de ser protagonista nesta mudança ou minimamente acompanhar esta realidade não é uma decisão, apenas uma atitude. “Se” deixou de ser a pergunta. Quando é a resposta mais relevante agora.
Nota: Participe dos nossos workshops de Transformação Digital e saiba como promover esta mudança em sua organização também. Para mais informações acesse www.gsfriedman.com.br
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