O Ministério do Comércio da China criticou os planos anunciados pelo Japão nesta sexta-feira, 31, de impor mais controles de exportação para o país, alegando proteção de segurança nacional. Em coletiva, um porta-voz do ministério chinês disse que as medidas propostas “vão afetar a segurança e estabilidade das cadeias industriais e de suprimento, interferir em trocas comerciais e prejudicar interesses empresariais de ambos os países”.
“Já tem algum tempo que certos países usam um conceito generalizado de segurança nacional, abusam de controles de exportação e impõem sanções sobre semicondutores e outras indústrias da China”, disse ele.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou nesta sexta a adição de 42 novas empresas – incluindo algumas de origem chinesa – em uma lista de restrições e controles de exportação, que reúne no total 748 organizações de diferentes países. Além disso, o governo japonês abriu consulta pública para revisar regras que limitam a exportação de tecnologias importantes e que podem ter uso militar, o que inclui 21 itens relacionados a semicondutores avançados e computadores quânticos.
“Esperamos que o Japão escute a voz racional da indústria e corrija suas práticas para manter regras internacionais de comércio e as relações bilaterais com a China”, afirmou o porta-voz chinês. “A China reservará o direito de tomar medidas para proteger seus interesses.”
A consulta pública sobre as novas medidas do Japão terá duração de 90 dias e, se aprovado, o novo sistema de controle de exportação entrará em vigor no fim de maio de 2025.
Do contrário, se for determinado que não há riscos de usos militares, as permissões de exportações serão garantidas. Já as empresas chinesas inclusas na lista do ministério japonês terão exportações de bens de possível uso militar restringidas a partir de 5 de fevereiro, de acordo com as regras atuais do país.
Com informações de Estadão Conteúdo (Laís Adriana).
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