Por Ana Paula Tozzi*
Bom Dia. Hoje é dia 22 de abril (data fictícia) e temos um novo presidente no País. O impeachment aconteceu ou ela renunciou. Você está eufórico, feliz, com esperança. Acreditando que agora tudo vai mudar. Tudo o que?
A economia? Está certo que a mudança de humor do mercado, tanto dos empresários, quanto dos executivos e dos consumidores poderão interferir no curto prazo em pequenas questões. Consumidores mais otimistas consomem mais. Sem querer aborrecer você, tenho que lembrá-lo que dólar, PIB, taxa de juros e indicadores de desemprego não se movimentarão com facilidade. Pelo contrário, temos muita lição de casa a fazer, antes que esses aspectos sejam resolvidos. São necessárias as famosas reformas estruturais.
As reformas? Comecemos pela mãe de todas as reformas: a reforma politica. Para a reformulação do nosso falido sistema político, são necessários projetos de lei, aprovações, discussões profundas e apoio do congresso. A reforma da previdência, ainda que seja a mais próxima de ser discutida, terá ajustes incipientes que dará um pequeno fôlego no curto prazo. As demais, trabalhista e judiciária mal começaram. Claro, será bom o país voltar a andar, mas temos um longo caminho.
Bom Ana…vou parar de ler. Nem comemorei ainda e você está me deixando triste. Calma! Vou me redimir. Mas precisava tirar você da zona de conforto de forma que você lesse com detalhe o que eu tenho a dizer a seguir.
Nos últimos 18 meses, nossa empresa de consultoria tem realizado diversos projetos de Orçamento Base Zero, de Eficiência Operacional de Loja, o Repensar dos Processos de Gestão, e outros projetos que claramente são os de preparar as empresas a diminuir custos: quer seja pela redução direta de despesas, quer seja pela busca de eficiência dos processos. Mas, e os projetos de aumento de vendas? Projetos de Expansão? Go to Market? Joint Business Plan? Os projetos de médio e longo prazo estão esquecidos?
Pois bem, temos que voltar a pensar nos próximos 3, 5, 7 e 10 anos. Temos que aprender com a cultura do planejamento de médio e longo prazo e determinar investimentos que garantam a perenidade de nossas empresas. Temos que ter pitadas de coragem em rediscutir inovação e estratégias.
Obviamente, estou falando com você que já fez a lição de casa.
Nesse momento, minha sugestão é que você, líder da sua equipe ou da sua empresa, pare e identifique na sua equipe quem está entregando o presente e quem tem capacidade de entregar o futuro. Separe um pequeno grupo de estudo que vá pensar lá na frente. Vale lembrar que cada negócio tem o seu takt time*, seu ritmo, logo, para cada negócio, esses prazos podem variar. Separe um orçamento, exponha suas expectativas e através de uma metodologia, nós usamos metodologia própria (Espiral Inovadora*), construa uma visão de futuro.
A minha grande preocupação é que sua empresa esteja tão preocupada com o curto prazo que quando o Brasil voltar a andar, você não esteja mais em forma: estará magra (fez toda a lição de casa: obz, eficiência de processos) mas não terá preparo físico para voltar a concorrer com técnica e planejamento. Ou seja, poderá sobreviver mas, não sairá melhor do que entrou nessa crise. Existe uma forma de sair vencedora e o planejamento é a base fundamental deste sucesso.
*Ana Paula Tozzi (ana.tozzi@agrconsultores.com.br) é CEO da GS&AGR Consultores