Hoje, 96,6% dos negócios no Brasil são compostos por micro e pequenas empresas, que contribuem para cerca de 30% do PIB brasileiro, e são responsáveis por 52% dos empregos formais. De acordo com uma análise do Sebrae, em 2019 as PMEs foram responsáveis pela abertura de 731 mil vagas de emprego. Com estes números em mãos não é difícil compreender por que 55,8% das fintechs brasileiras atuam no setor B2B e tem se especializado cada vez mais no atendimento a PMEs.
De acordo com o estudo Distrito FinTech Report 2020 existem hoje no país 742 startups no setor financeiro, o que significa um aumento de 34% em relação ao relatório de 2019. Além disso o segmento possuía, em 2019, cerca de 35% dos aportes de Venture Capital. Com a consolidação e maior uso de tecnologias na pandemia como QR Code, pagamentos por aproximação, e ainda com a implantação do Open Banking, a Associação Brasileira de Fintechs estima que ainda mais 700 novas fintechs nasçam.
Dentro desta fatia total de fintechs do país, atualmente o segmento de crédito concentra a segunda participação, correspondendo a 15,8% de participação, atrás apenas de fintechs de meios de pagamento, com 16,4%. Em terceiro lugar temos as que são focadas em softwares e serviços para gerenciar diferentes áreas da vida financeira, com 15,1% do total. Hoje o Brasil já é o país com mais fintechs na América Latina, e segue na liderança, à frente do México, e é o terceiro maior criador de unicórnios, ao lado da Alemanha.
Diante deste cenário, onde nossa maior força econômica encontra um mercado em crescimento para atendê-la, nos deparamos ainda com algumas notícias de dificuldade do setor no acesso ao crédito. Uma pesquisa divulgada em abril pelo Sebrae mostrou que 60% dos donos de pequenos negócios que já buscaram crédito desde o início da quarentena tiveram o pedido negado. E ainda um outro levantamento feito no final de abril pelo Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi) mostrou que 75% das PME’s acreditam que as medidas anunciadas de apoio do sistema financeiro não estão chegando a seus negócios.
Analisando todo o quadro, onde a oferta cresce e a demanda está em um momento mais crítico do que nunca, é preciso buscar alternativas aos desencontros. É preciso compreender que mais do que nunca, em nossa realidade, soluções e relacionamentos disruptivos são necessários. Como podemos auxiliar às PMEs que tem dificuldade na entrega da documentação? Quais soluções tecnológicas ou ainda humanas que podemos acrescentar à esteira? Quais análises secundárias podemos fazer para aquelas que não estão conseguindo entregar as garantias necessárias para a concessão de crédito? Que é a realidade da maioria das empresas do segmento. Este é um momento crítico do mercado, mas também um momento de consolidação para um novo modelo de negócio e ainda para a fidelização de 30% do PIB brasileiro em nossas carteiras de clientes.
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