Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da 3G Capital, que juntos possuem 31% da Americanas S.A., se pronunciaram pela primeira vez, neste fim de semana, sobre o rombo de R$ 20 bilhões tornado público em 11 de janeiro. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial no dia 19.
Em nota conjunta, eles afirmaram que, desde que a existência de “significativas inconsistências em sua contabilidade”, “vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa”.
O trio afirma, ainda, que “jamais” teve conhecimento e “nunca admitiria” manobras ou dissimulações contábeis na companhia. “Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.”
A nota destaca que a Americanas, nos últimos 20 anos, foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada. “Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.”
Compromisso de transparência
Os bilionários afirmam ainda que, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da Americanas, acreditava que “tudo estava absolutamente correto”.
“O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras”, destaca a nota conjunta.
Os bilionários manifestam um “compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias”. “Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos”, afirma.
Ao final, os acionistas da Americanas dizem que estão empenhados em “trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores”.
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