O preço médio do diesel no mercado brasileiro continua acima do praticado no mercado internacional, segundo duas instituições, refletindo uma demanda mais fraca do que o esperado no inverno do hemisfério norte, a estabilização do preço do combustível no Golfo do México e o câmbio no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), seria possível a Petrobras reduzir o litro do diesel em R$ 0,60 para atingir a paridade com o mercado externo.
Os preços do diesel nas refinarias da Petrobras estão com defasagem positiva de 16%, depois de terem chegado a 18% no dia anterior, enquanto na Bahia, a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, registra diferença também positiva de 9%.
Já a gasolina está mais próxima da paridade dos preços internacionais, com defasagem positiva de 6% em todos os mercados.
A Petrobras aumentou a gasolina no dia 25 de janeiro, enquanto o diesel, combustível mais sensível por afetar os caminhoneiros, está há dois meses sem reajuste. Já a Acelen, na Bahia, tem feito reajustes semanais na gasolina e no diesel desde que assumiu a operação da Refinaria de Mataripe, no final de 2021.
Na última quarta a Acelen, no Polo Aratu-BA, reduziu o preço da gasolina A em R$0,3395 por litro, informa a Abicom.
Já o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) estima que a defasagem positiva do diesel gira em torno dos 14% e da gasolina em 8,86% em todos os polos de referência de importação no Brasil.
“Na data de referência (6/2), os contratos futuros do petróleo e seus derivados
apresentaram perdas expressivas, alimentadas por novos desenvolvimentos dos indicadores econômicos norte-americanos”, disse o Cbie em nota.
Segundo a instituição, o Departamento do Trabalho do governo dos Estados Unidos (EUA) divulgou que o número de indivíduos empregados em janeiro cresceu em 517.000, superando as expectativas de economistas.
“O resultado sinaliza ao banco central do país (EUA) que existe uma margem para novos incrementos em sua taxa de juros. Em reação à notícia, o índice do dólar experienciou um rally positivo, que o levou ao patamar mais alto das últimas 3 semanas, pressionando negativamente as cotações de commodities e outros ativos monetários”, disse o Cbie.
Petrobras
A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 7, que vai reduzir o preço médio do diesel A vendido em suas refinarias em 8,8% a partir da quarta-feira, 8. O diesel da Petrobras passará de R$ 4,50 por litro para R$ 4,10, redução de R$ 0,40.
Este é o primeiro reajuste de preços de combustível da gestão de Jean Paul Prates na estatal. O movimento acontece em linha com a variação do preço de paridade de importação, em queda nas últimas semanas.
Em 3 de fevereiro, um dia antes de Prates assumir, a gestão anterior aumentou o preço médio da gasolina em 7,4%, levando-o de R$ 3,08 para R$ 3,31, incremento de R$ 0,23 por litro.
Considerada a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos de abastecimento, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passa agora a uma média de R$ 3,69 por litro vendido na bomba.
A Petrobras informou em nota que essa redução tem como principal balizador a “busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional”. E vem para contemplar “as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária à otimização de ativos”.
A companhia informou ainda que na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural para o mercado brasileiro, busca “evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, e ao mesmo tempo preservar “um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.
Com informações de Estadão Conteúdo: (Denise Luna)
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