A presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, afirmou que o banco entrará com ação na Justiça contra Pedro Guimarães, ex-presidente da instituição, para pedir o ressarcimento de valores que o banco vai ter que pagar em função de acordo com a Justiça do Trabalho em processo envolvendo as denúncias contra Guimarães de abuso sexual.
A Justiça do Trabalhou informou nesta quinta-feira, 27, que homologou acordo em que a Caixa se compromete a pagar R$ 10 milhões de dano moral coletivo devido a práticas de assédio moral e sexual dentro da empresa. O valor será revertido ‘a instituições sem fins lucrativos voltados para a proteção dos direitos transindividuais dos trabalhadores ou de cunho social, cuja atividade seja de notório interesse público’. As entidades ainda serão designadas pelo MPT.
O MPT atribuía ao banco ‘omissão’ na investigação das denúncias formalizadas internamente. Com essa decisão, o processo contra o banco será encerrado, mas a ação que envolve diretamente Guimarães continuará em sigilo. O MPT pede que o ex-presidente da Caixa seja condenado a pagar R$ 30,5 milhões pelos episódios de assédio.
A ação em questão foi movida após três meses de investigação pela Procuradoria do Trabalho, que ouviu 38 testemunhas. Segundo o órgão, as ‘vítimas relataram desde toques físicos em partes íntimas, sem consentimento, até convites constrangedores e punições em razão de recusa às investidas de Pedro Guimarães’.
“A Caixa foi comunicada do acordo e irá cumprir a determinação da Justiça do Trabalho. Mas a Caixa vai entrar com ação de ressarcimento desses valores contra o ex-presidente da Caixa, porque obviamente a responsabilidade dessa situação foi causada por ele, e nada mais justo ele ressarcir a Caixa pelas multas que o banco está pagando por conta dessas ações de assédio comprovadas pela Justiça do Trabalho”, disse a presidente, após evento que marcou os 100 dias de sua gestão.
Mudanças
A presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, confirmou que haverá mudanças nas vice-presidências de Agente Operador e Negócios de Varejo do banco.
Na terça-feira, 25, as trocas na diretoria executiva vão ocorrer após pressão de alas do governo para demitir altos executivos que participaram da gestão Pedro Guimarães, que saiu do banco em 2022 após denúncias de funcionárias de abuso sexual e moral.
“Temos duas vice-presidências que ainda haverá alteração, de Agente Operador e Negócios de Varejo. Fora isso, apresentamos os dez vice-presidentes que vão tocar a instituição. Fora esses dois, depois vamos estar com equipe completamente montada.”
Serrano, porém, disse que os novos nomes ainda não estão definidos e serão escolhidos por processo seletivo.
Com informações de Estadão Conteúdo (Thaís Barcellos Pepita Ortega)
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