Apesar da sintonia com as pautas do governo no que diz respeito à agenda econômica, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entrou em choque com uma das pautas da gestão petista ao falar contra a revogação das leis das estatais. Nesta segunda-feira, 8, durante reunião com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o senador avaliou que não havia necessidade de se discutir o tema agora.
“Qual a necessidade disso nesse momento no Brasil? Pode-se dizer algum ponto da lei de estatal que é muito severa para a política? Que não permite um político determinar certa posição? Até vá lá. Mas uma revogação da lei de estatal, qual a utilidade disso para o Brasil?” questionou o presidente do Senado.
As discussões envolvendo a autonomia do Banco Central e a capitalização da Eletrobras, na avaliação do senador, também geram desgastes desnecessários. “Nós precisamos de investimentos internacionais, nós precisamos de mercados investidores internacionais … nós precisamos acertar no ponto, e acertar no ponto não significa rediscutir autonomia do BC, rediscutir capitalização da Eletrobras, salvo um ponto aqui ou acolá”, concluiu.
Tebet questiona tamanho da quarentena estipulada
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, questionou nesta quinta-feira, 27, o tamanho da quarentena estipulada pela Lei das Estatais. Ela deu a declaração no Plenário do Senado.
“A pergunta apenas que se faz, e todas as leis podem ser discutidas e atualizadas a qualquer momento, é se a quarentena de três anos é muito ou pouco”, declarou a ministra.
Ela disse que, à época da discussão da lei, defendia que o período fosse de no máximo um ano, mas foi voz vencida.
Simone Tebet afirmou que a Lei das Estatais deu mais transparência na gestão, e que todas as leis podem ser discutidas e atualizadas a qualquer momento.
A ministra também disse que a taxa de juros pode, sim, ser debatida. “Afinal, qual é a diferença que nós temos entre remédio e o veneno? É a dose. Essa dose hoje está ou não equivocada?”, questionou.
“Estamos numa situação muito melhor do que estávamos quando os juros bateram a casa dos 13,75%”, disse a ministra.
Segundo ela, não instabilidade política nem institucional no País. Tebet mencionou a proposta de nova regra fiscal e a reforma tributária, ambas em discussão no Congresso.
A ministra do Planejamento foi ao Senado participar de discussão sobre a taxa de juros. Também compareceram e discursaram o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Agência Brasil