A Camil Alimentos, multinacional de origem brasileira, obteve lucro líquido de R$ 15,9 milhões no quarto trimestre fiscal de 2022, encerrado em fevereiro deste ano, informou nesta terça-feira (9) a empresa, depois do fechamento do mercado. O resultado representa queda de 88,9% ante igual período do ano passado, quando a companhia registrou lucro de R$ 143,5 milhões. O lucro por ação atingiu R$ 0,05 no quarto período do ano passado. A companhia atua em arroz, feijão, café, açúcar, massas, pescados e biscoitos.
Já a receita líquida aumentou 10,8%, de R$ 2,267 bilhões para R$ 2,512 bilhões no quarto trimestre fiscal de 2022. No segmento alimentício Brasil, a receita aumentou 20,5%, para R$ 1,968 bilhão. O segmento alimentício internacional obteve receita líquida 14,1% menor, de R$ 544,3 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 33% na mesma comparação, de R$ 234,1 milhões para R$ 157 milhões. Já a margem Ebitda cedeu 4,1 pontos porcentuais do quarto trimestre fiscal de 2021 para o quarto trimestre fiscal de 2022, encerrando o período em 6,2%.
A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) terminou o quarto trimestre fiscal de 2022 em 3,0 vezes ante 2,0 vezes obtido em igual período do ano fiscal anterior. No período, a companhia investiu (Capex) R$ 98,6 milhões, 62,9% menos que no quarto trimestre fiscal de 2021.
No acumulado do ano fiscal 2022, de março de 2022 a fevereiro deste ano, o lucro líquido da Camil cedeu 26,1% ante o ano anterior, para R$ 353,7 milhões. Já a receita líquida da empresa no período foi de R$ 10,206 bilhões, crescimento anual de 13,2%, sendo R$ 7,591 bilhões vindos da operação no Brasil e R$ 2,614 bilhões da frente internacional. O Ebitda da companhia avançou 13,6% na comparação anual, para R$ 919,8 milhões e a margem Ebitda se manteve estável em 9%.
No comunicado divulgado aos investidores, o diretor presidente da Camil, Luciano Quartiero, disse que a companhia apresentou indicadores recordes no ano, destacando a receita bruta recorde de R$ 11,7 bilhões. Segundo ele, esses indicadores recordes representam um novo patamar para a empresa “marcado pela concretização da estratégia de expansão por meio de aquisições no mercado doméstico e internacional”. “No Brasil, agregamos ao nosso portfólio três novas categorias: massas, café e biscoitos. Esse é mais um importante passo para a diversificação da companhia, com categorias que detêm relevante potencial de crescimento e maior valor agregado. Esse passo consolida a Camil como plataforma de alimentos na América Latina com um mix cada vez maior de produtos e categorias com maior potencial de crescimento e de maior valor agregado”, afirmou Quartiero.
O executivo ressaltou também que o segundo semestre do ano foi afetado pelo cenário econômico “desafiador” na América Latina, o que pressionou os resultados do setor de varejo de alimentos. “E, consequentemente, afetou o planejamento operacional de vendas e a rentabilidade da categorias de alto giro no Brasil (grãos e açúcar) e as vendas de arroz no Peru e no Chile. Como uma das maiores empresas de alimentos LatAm com marcas relevantes e atendimento a diferentes nichos de consumo no Brasil, conseguimos defender parte desses efeitos nos resultados”, observou Quartiero.
Queda no volume de venda
A Camil Alimentos reportou queda de 16,1% no volume total vendido de seus produtos no quarto trimestre fiscal de 2022, encerrado em fevereiro deste ano, em relação a igual período do ano passado, para 466,4 mil toneladas. O maior recuo no volume vendido, de 20,8%, foi observado no segmento internacional, com 153 mil toneladas comercializadas. No Brasil, que representou 67% do volume comercializado pela Camil, as vendas da empresa recuaram 13,6% no quarto trimestre do ano fiscal de 2022 ante igual período de 2021, para 313,4 mil toneladas. O volume de vendas do segmento de alto giro (59% do total), formado por arroz, feijão e açúcar, foi 18,5% menor, enquanto o volume vendido na divisão de alto valor (8% do total), formado por pescados, massas, café e biscoitos, aumentou 47,2%.
Com informações de Estadão Conteúdo
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