O segundo dia da 37ª edição da Apas Show, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas das Américas, foi marcado pela coletiva de imprensa realizada com Carlos Correa, diretor-geral da Associação Paulista de Supermercados, Felipe Queiroz, economista, e Valeria Rodrigues, CEO na Shopper Experience.
O evento reune cerca de 850 expositores, distribuídos em cinco pavilhões e 78 mil m² no Expo Center Norte. A expectativa é de que sejam movimentados R$ 14 bilhões em negócios até quinta-feira, 18.
Importante para a economia, os supermercados respondem por cerca de 2,1% do PIB brasileiro e 7% do PIB paulista. Em 2022, o setor registrou faturamento de R$ 695,7 bilhões em 2022 no Brasil e R$ 208 bilhões em São Paulo. O mercado contribuiu também com a arrecadação de aproximadamente 4,5% do ICMS do estado de São Paulo, número que equivale a R$ 9 milhões.
“O setor apresenta crescimento sustentado pela diversificação dos canais de venda e consumo, além da própria expansão do setor pelo País. Representado por mercados atacadistas à varejistas, mini mercados e hortifrutis, esperamos que a contribuição do setor para a economia de São Paulo alcance a marca de 5% nos próximos anos”, disse Felipe Queiroz.
Comportamento do consumidor
Cada vez mais atento à postura de marcas e empresas, os clientes podem escolher interromper ou iniciar o uso de produtos e serviços baseado em seus indicadores ESG. Uma pesquisa com mais de 500 pessoas de diferentes regiões do Brasil foi realizada pela Shopper Experience e divulgada durante o Apas Show com o objetivo de acompanhar as tendências comportamentais do consumidor.
O estudo aponta que 52% dos entrevistados priorizam produtos ou serviços de empresas que investem em sustentabilidade. O indicador era de 47% em 2022 e de 39% em 2021, apontando crescimento da mentalidade sustentável entre a sociedade. Dos entrevistados, 66% alegaram que deixaram de consumir marcas ao saber de comportamentos antiéticos.
“A atenção às práticas sustentáveis das empresas está cada vez mais forte, em especial entre a geração Z, que assume uma postura mais ativista em relação às marcas”, conta Valeria Rodrigues.
Uma alimentação saudável também é prioridade para os brasileiros, mas é deixada em segundo plano em razão da oferta escassa em supermercados e preços elevados. Outros 53% disseram preferir uma alimentação saudável e com poucos produtos industrializados. O número, porém, é inferior aos resultados de 2022 (55%), 2021 (60%), e 2020 (55%).
“Esses produtos estão nos empórios e academias, mas ainda não estão nos supermercados de forma organizada. O que está em movimento é justamente esta migração para ofertar produtos mais naturais, seguindo as exigências do consumidor”, explica Carlos Correa.
Imagem: Gabrielly Mendes