O Brasil é o quarto maior mercado consumidor de cosméticos em todo o mundo, de acordo com o Panorama Setorial 2023 da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). No entanto, há um potencial subaproveitado entre os fabricantes do setor. É o que aponta um estudo da startup Cogtive, que desenvolve software para melhoria dos processos produtivos na manufatura, com recursos de inteligência artificial.
Esse potencial desperdiçado se refere ao que o estudo denomina de capacidade oculta. Segundo o levantamento, a indústria de cosméticos no Brasil teria até R$ 36,5 bilhões para aumentar em faturamento anual, se essa capacidade oculta fosse identificada e aproveitada. Como? Com investimentos em tecnologias para acompanhamento e automação dos processos a partir de inteligência artificial, afirma o fundador e CEO da Cogtive, Reginaldo Ribeiro.
“Importante pontuar que não estamos falando de capacidade ociosa, que é aquela medida a partir da capacidade instalada e seu efetivo uso. Não. Estamos falando de uma capacidade que o setor industrial desconhece, mas que está lá para ser explorada, com recursos de Inteligência Artificial e internet das coisas (IoT) que softwares de gestão fabril proporcionam. Não se trata de diferencial, é imperioso”, assinala o executivo.
O estudo da Cogtive foi elaborado a partir de artigo da consultoria norte-americana McKinsey & Company, acerca do conceito de capacidade oculta e de como identificá-lo. O levantamento traz também a capacidade oculta da indústria brasileira como um todo, que seria da ordem de R$ 500 bilhões anuais. “Para um país como o Brasil, que assiste a um processo de desindustrialização gradativo, há décadas, identificar esse potencial é fundamental para recuperarmos o papel da indústria na economia”, acrescenta Ribeiro.
O executivo ressalta que, conforme mostra o estudo, se esses R$ 500 bi de capacidade oculta fossem identificados e aproveitados, o montante se reverteria em um acréscimo de 5,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “A reindustrialização do Brasil passa, sem dúvidas, por investimentos tecnológicos rumo à indústria 4.0”, constata Ribeiro.
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