Com o bolso apertado, os brasileiros compraram menos itens nas idas aos supermercados nos três primeiros meses do ano. Com uma redução média de 6,5 unidades, a queda foi maior nos atacarejos, o que impactou em 13,8% o ticket médio, segundo pesquisa da Neogrid em parceria com a Stilingue.
“Os supermercados tiveram redução de 3,2 unidades colocadas nos carrinhos. O ticket médio despencou no período analisado, com redução de 19,5%. Já o pequeno autosserviço se manteve no patamar entre os dois trimestres”, afirma Luiza Zacharias, diretora de Novos Negócios da Horus.
Luiza destaca que uma das razões para o resultado negativo foi a falta de produtos nas gôndolas dos estabelecimentos, que chegou a 11,2%. Entre os alimentos que mais estiveram ausentes das prateleiras dos supermercados, ovos e leite apresentaram maior índice de ruptura, com 15,5% cada.
Mais caro
Todas as categorias analisadas tiveram aumento no ticket médio na comparação entre os dois trimestres. Os maiores aumentos foram nos segmentos de limpeza (27,6%), pet shop (22,6%) e higiene/beleza (21,8%). O menor reajuste foi registrado por bebidas alcoólicas (0,9%).
Entre os motivos para o aumento de preços estão a oscilação do dólar e a sazonalidade dos ingredientes.
“Isso acontece porque, para produzir alimentos, é necessário investir em insumos, como matéria-prima, energia, mão de obra, transporte, entre outros. Além disso, existem alguns fatores que podem encarecer o processo produtivo, como a sazonalidade dos ingredientes, a oscilação do dólar, os encargos e tributos. Por isso, quando esse custo aumenta, é natural que o preço final também suba para não comprometer a margem de lucro do produtor”, afirma o diretor de Customer Success da Neogrid, Robson Munhoz.
No e-commerce, cinco categorias tiveram índice maior do que 50% dos artigos sendo vendidos fora do valor estabelecido pela indústria no trimestre: higiene pessoal (78,15%), medicamentos (70,06%), alimentos (66,01%), limpeza (65,30%) e beleza (60,7%).
O sabonete, por exemplo, teve um aumento do valor médio de 39,5%. Também houve uma significativa variação de preço do arroz branco, feijão preto e café tradicional, produtos que estão diariamente na mesa dos brasileiros.
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