O número de redes que atuam com microfranquias no País quase dobrou nos últimos dois anos, de acordo com estudo feito pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em maio de 2021, 322 marcas associadas da ABF tinham esse modelo; e maio deste ano, o número saltou para 604. O aumento é de 87%. Na comparação com o mesmo mês de 2022, a variação positiva foi de 34,2%.
“As microfranquias são a porta de entrada para o empreendedorismo estruturado no Brasil. Esse perfil de franquia vem crescendo tanto em redes, como operações, mostrando sua versatilidade. De um lado, facilita o acesso a um negócio de empreendedores com menos experiência e capital para investimento, de outro sua formatação mais enxuta permite as redes de franquia chegar a mercados fora dos grandes centros. Em alguns casos, é também uma forma de profissionais trabalharem de suas casas, mas com o suporte de uma marca”, afirma a vice-presidente da ABF, Adriana Auriemo.
A ABF tem 1.375 redes associadas e classifica as microfranquias como modelos de negócios com valor de investimento inicial até R$ 135 mil. Os segmentos com maior participação entre as microfranquias são Serviços e Outros Negócios, que permanece liderando, com 27%, seguido de Alimentação, que teve uma leve alta, de 16% para 17% no período analisado, e de Saúde, Beleza e Bem-Estar, em igual situação, subindo de 15% para 16%.
Os números envolvem tanto redes puras (que operam apenas com microfranquias), quanto mistas (com os dois modelos). Segundo a ABF, o crescimento do formato está relacionado, entre os fatores principais, aos investimentos das redes no modelo como estratégia para ampliar o perfil do público investidor, a busca por chegar a outros mercados, à própria maturidade das franquias e ao cenário econômico, que favorece os investimentos em modelos de negócios mais enxutos.
“Além do investimento inicial mais baixo, a microfranquia, em muitos casos, tem uma configuração mais enxuta o que facilita sua implantação e operação e torna mais rentável mercados menores, mas ainda sim com demanda. Não por acaso, mais e mais redes de franquia vem acolhendo este formato em seus planos de expansão. As unidades físicas voltarem a ganhar participação de forma tão ágil indica que elas têm sim ainda um papel fundamental, principalmente quando associadas a estratégias online”, analisa Bruno Arena, diretor de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF.
Aspectos dos planos de negócio das microfranquias também foram observados no estudo da ABF. É o caso do prazo médio de retorno do investimento. Entre as microfranquias puras, o prazo mínimo para que o investidor tenha retorno é, em média, dez meses menor do que o das redes com formatos tradicionais, e o prazo máximo é, também na média, seis meses inferior.
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