Chaves aleatórias do Pix crescem 189% nos últimos dois anos

Medo de fraudes e clonagens são os grandes motivos para tal crescimento; CPF é a chave Pix menos utilizada pelos brasileiros no mesmo período

O Pix é a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros e segundo o Banco Central só no mês de julho, recordes vêm sendo estabelecidos com a ferramenta. Mas junto com as grandes movimentações e tecnologia, os riscos como fraudes e clonagens se tornam mais suscetíveis, ainda segundo o BC foram registrados mais de 739.145 crimes envolvendo o Pix entre janeiro e junho de 2022, alta de 2.818% em comparação ao mesmo período de 2021. Outro dado de estudo da FICO revela que 22% dos brasileiros já sofreram uma fraude no Pix.

No último biênio, os brasileiros deixaram de usar dados como CPF para criar chaves da ferramenta, em julho de 2021 eram 85.735.490 usuários com esta chave, em 2023 são 123.836.099, um crescimento de 44%. O grande crescimento foi das chaves aleatórias, onde uma combinação de números e letras cresceram 189% frente ao mesmo período, em 2021 eram 95.352.247 e hoje totalizam mais de 275.582.545 chaves. Chaves criadas com e-mail tiveram 116% de crescimento, totalizando 92.084.632, e número de celular, 89% com 123.335.378 de chaves.

Para o especialista Cristiano Maschio, CEO da Coretech Qesh, a evolução do mercado financeiro é essencial para o futuro do país. “O Pix é uma ferramenta de democratização e um catalisador para a digitalização financeira no Brasil. A modalidade é uma oportunidade tanto para empresas estabelecidas como para novos players”.

O número de chaves criadas por pessoas físicas cresceu no último biênio 111%, saltando de 283 milhões de chaves para mais de 595 milhões de cadastros, mas o grande destaque o alto crescimento de chaves pessoas jurídicas que saltaram de 11.936.340 para 29.723.019, mostrando a força da ferramenta dentro das empresas e suas ramificações.

Cristiano ressalta que para as empresas, a adoção do meio de pagamento tem significado agilidade e redução de custos. “O sistema possibilita transações comerciais mais rápidas, tornando o fluxo de caixa mais eficiente e proporcionando uma melhor experiência ao cliente. Além de possibilitar integração de serviços, como a cobrança com vencimento futuro e a realização de pagamentos programados, recursos que trazem novas oportunidades de negócios”, afirma.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, o PIX tem sido um facilitador e criminosos entenderam que cada pessoa possui um banco em mãos. “A tecnologia otimiza o nosso tempo e isso atrai mais golpes, porém devemos entender que independente da ferramenta, estamos sujeitos a sermos vítimas a todo instante”.

“Apesar das fraudes, o Pix é a ferramenta que mais cresce no Brasil e com isso novas medidas de segurança estão sendo feitas. O Banco Central colocará em vigor a partir de novembro novas mudanças no meio de pagamento para mais proteção do usuário, assim os brasileiros continuam utilizando a tecnologia a seu favor de maneira segura”, comenta o especialista.

As mudanças do BC irão aperfeiçoar duas funcionalidades disponíveis aos participantes: a notificação de infração e a consulta de informações vinculadas às chaves Pix para fins de segurança. O Mecanismo Especial de Devolução (Med) pode ser acionado pelas instituições financeiras e pelo usuário final em casos de suspeita de fraude ou golpe já identificado.

Com informações de Mercado&Tech
Imagem: Shutterstock

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