As importações de produtos químicos somaram US$ 36,3 bilhões no acumulado de janeiro a julho. O volume representa uma redução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim).
Segundo a entidade, o recuo ocorreu em função de um arrefecimento em 12,5% nos preços médios das compras vindas do exterior.
O mês de julho, por sua vez, totalizou um montante de US$ 5,1 bilhões, representando o maior valor desde agosto de 2022.
A Abiquim aponta que ocorre um “surto” de importações vindas de países asiáticos com competitividade artificialmente sustentada em matérias-primas russas. “Desde o início do ano, as quantidades físicas importadas são consecutivamente superadas, um alarmante aumento de 50% na comparação de julho, 5 milhões de toneladas, com as compras de fevereiro deste ano, de 3,3 milhões de toneladas, sobretudo em produtos fabricados no Brasil”, informou.
Quanto às exportações, o acumulado de janeiro a julho totalizou US$ 8,9 bilhões, resultado circunstanciado pelas crescentes dificuldades econômicas cambiais da Argentina, o principal mercado individual de destino dos produtos químicos brasileiros, o que agravou o nível de ociosidade em grupos de produtos estratégicos fabricados no País, informou a Abiquim.
O déficit na balança comercial de produtos químicos, por sua vez, somou US$ 27,4 bilhões no acumulado até julho e US$ 53,8 bilhões nos últimos 12 meses.
Preços
No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, os preços dos produtos químicos medido pelo IGP Abiquim-FIPE registraram alta de 0,46%. A nafta petroquímica, principal matéria-prima utilizada atualmente no Brasil, teve alta de 14,2% em dólares no mercado internacional (valor de abril de 2023 em relação ao de dezembro de 2022), enquanto a variação do real em relação ao dólar se apreciou em 4,2%.
O cenário dos últimos 12 meses, por sua vez, vem sendo afetado pelos dados mais recentes, em especial dos quatro primeiros meses do ano, apresentando declínio na maioria das variáveis. Neste período, encerrado em abril de 2023, o déficit na balança comercial de químicos alcançou o valor de US$ 61,2 bilhões (redução de US$ 1,8 bilhão frente ao recorde de US$ 63 bilhões obtido em 2022, sobretudo em razão do recuo de preços no mercado internacional).
Com informações de Estadão Conteúdo (Jorge Barbosa)
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