O diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, Rogério Nogueira, alertou que o Brasil precisa entrar na corrida pela produção do hidrogênio em uma aliança entre iniciativa privada e governo, ou vai ficar de fora da indústria que se expande no mundo inteiro. Segundo ele, a Vale pretende usar o hidrogênio quando o mesmo se tornar competitivo.
“Quando o hidrogênio se tornar competitivo a gente pode usar, mas agora tem que ter precondições básicas para que a produção seja econômica. A primeira predisposição econômica tem que ser de minério de ferro de altíssima qualidade e o gás natural tem que ser a preço competitivo”, disse Nogueira, durante apresentação na Prumo Day, que está sendo realizada no Rio de Janeiro.
Ele destacou que o mundo inteiro está competindo para largar na frente da produção de hidrogênio, e que a palavra do momento para o Brasil é “timing”. “A gente tem a base natural para fazer hidrogênio competitivo, mas nosso custo é alto, os financiamentos são demorados. Temos que olhar a qualidade dos desafios e perspectivas para não ser passageiro nessa história”, destacou.
Informou também que o preço do gás natural em outros países é muito inferior ao do Brasil, o que deve atrair mais projetos de hidrogênio para outras regiões, apesar de o Brasil ser apontado como um dos polos mais competitivos para a produção do combustível na sua versão verde. Segundo ele, na Arábia Saudita o preço do gás natural é 13 vezes mais barato do que no Brasil, assim como em outras regiões do Oriente Médio, que podem disputar projetos com o Brasil.
O gás natural no Brasil gira em torno dos US$ 12 o milhão de BTU, enquanto no mercado internacional é possível pagar até US$ 2 por milhão de BTU. “Se nós perdemos o timing vamos ficar passageiros dessa história. A Vale tem trabalhado em todas as geografias e, como brasileiros, queremos ver o processo do Brasil. A gente precisa trabalhar junto para que consiga fazer algo competitivo”, explicou.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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