A Americanas S.A. divulgou ao mercado, nesta segunda feira, 13, seu plano estratégico de negócios com previsão de geração de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões (ou mais de R$ 1,5 bilhão depois do pagamento de aluguéis) em 2025.
Após sofrer fraude de resultados praticada pela antiga diretoria, a companhia tem centrado esforços na continuidade do negócio, que ganhará fôlego a partir do aumento de capital de R$ 12 bilhões que será realizado pelos acionistas de referência e capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões, assim como com a aprovação do plano de recuperação judicial pelos credores.
O trabalho de revisão e correção dos registros contábeis anteriores apontou para um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões em 31/12/22. No ano, a Americanas teve um prejuízo de R$ 12,9 bilhões e Ebitda negativo de R$ 6,2 bilhões, segundo as demonstrações financeiras auditadas e enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Contenção de danos
O plano de negócios da nova Americanas, apresentado pela atual gestão da companhia, está focado na resiliência do canal físico, apoiado pela operação do digital, pelo portfolio de serviços financeiros da Ame e pelo seu retail media, que rentabiliza seus ativos por meio de advertising.
Em nota, a empresa diz que “essa transformação dará maior protagonismo ao seu DNA figital (físico + digital), gerando um pacote consistente de entregas aos clientes e parceiros, com todos os modelos possíveis de um varejo de variedades como a Americanas”.
O plano, que já está em curso, promove assertividade nos produtos para revenda, assim como novos modelos de precificação e modulação de sortimento para ampliar as vendas no canal físico e a margem bruta da Companhia. Outros pilares importantes são a renovação das lojas físicas, a otimização dos custos de ocupação e revisão de processos para oferecer excelência na jornada dos consumidores.
Além disso, a plataforma digital da Americanas terá também foco no marketplace e no Online to Offline (O2O). A Ame atuará como alavanca para o fortalecimento da marca Americanas, com ampliação de seu programa de loyalty para aumentar o engajamento de clientes, além de estímulo ao cashback e meios de pagamento.
“Acreditamos que, com este plano, a Americanas estará pronta para renovar seu papel de relevância no varejo brasileiro. Não será fácil, não será simples, mas será feito”, afirma Leonardo Coelho, CEO da Americanas.
A nota diz que a Americanas segue focada em busca de um consenso para a aprovação do plano de recuperação judicial (PRJ), com avanço significativo nas negociações após o anúncio da capitalização de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência.
“A companhia apresentará, em conferência com o mercado hoje, a evolução dos termos do PRJ, como a priorização do pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista em cota única, logo após a aprovação do plano, além de alternativas especiais para os credores fornecedores da Classe 3”, afirma.
A Americanas tem a expectativa de que a Assembleia Geral de Credores seja realizada ainda em 2023.
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