O atual desafio do setor farmacêutico é a digitalização de toda a cadeia, sobretudo a do varejo, que é a mais analógica. A observação foi feita por Edison Tamascia, presidente da Febrafar, durante o último dia do Conexão Farma 2024. O evento foi realizado entre os dias 12 e 14, no Expo Center Norte, na capital paulista. A MERCADO&CONSUMO foi media partner do evento.
Considerada a principal palestra do dia, o executivo falou sobre o papel do associativismo no desenvolvimento e transformação da gestão do varejo farmacêutico no Brasil.
Durante a palestra, Tamascia chamou a atenção para a urgência de se digitalizar para comprar bem, vender mais, administrar com efetividade, aprender e inovar. Para isso, é preciso uma retaguarda robusta com cadastro de produtos estruturados e com classificação fiscal dos produtos; controle absoluto do estoque; gestão financeira integrada com o ERP da loja e planejamento de fluxo de caixa de longo prazo.
“O futuro é digitalizado porque a humanizada é cada vez mais digitalizada. As farmácias que não se digitalizarem vão conseguir, no máximo, sobreviver. Em nosso setor, existe o modelo de sobrevivência, que é aquele estabelecimento pequeno e com pouco investimento e rentabilidade. Esse modelo pode continuar existindo, mas não vai crescer. Se formos pensar em um modelo de prosperidade, é preciso que também exista transformação digital”, explicou Tamascia.
Sortimento variado
As farmácias e drogarias são os principais canais de compra de artigos de perfumaria dos brasileiros. Segundo o estudo “Jornada de compra do consumidor omnichannel – farmácias e drogarias”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest, esses locais são os preferidos por 41% dos consumidores, enquanto 23% compram em lojas especializadas e 12%, em supermercados.
“60% do que vendemos atualmente são medicamentos, então esse é nosso principal core e o que leva o consumidor para dentro da loja. Trazendo o cliente, temos a possibilidade de aumentar a compra com produtos agregados. O mix certo, o abastecimento inteligente e a adoção de serviços faz parte da expansão de possibilidades que podemos oferecer, mas não adianta ter um mix amplo se não estivermos preparados para aquilo que é o core do nosso negócio”, enfatiza.
Tamascia encerrou a palestra com uma projeção da farmácia do futuro. “Eu a imagino conectada, conhecendo os hábitos de consumo do seu consumidor, ampla e com um sortimento grande de medicamentos e não medicamentos voltados à beleza e à saúde”, concluiu.
Imagem: MERCADO&CONSUMO