A rede de supermercados Dia anunciou nesta quinta-feira, 21, que iniciou o processo de recuperação judicial no Brasil em tentativa de resolver o que chamou de “persistentes resultados negativos”. Em nota, a salientou que o processo refere-se apenas ao Brasil e, portanto, não tem impacto na situação financeira de Espanha e Argentina.
A varejista deu inicio em um processo de liquidação de todos os produtos disponíveis nas 343 lojas que serão fechadas no Brasil nesta segunda-feira. Os itens só podem ser comprados nas unidades físicas, listadas no site do Grupo. As promoções e os descontos podem ser encontrados por unidades e por categoria também no site.
De acordo com o comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CMV), o diretor financeiro da rede, Guillaume Marie Didier Gras, com sede na Espanha, disse que foi aprovado um processo de reestruturação que contempla o fechamento de 343 mercados de baixo rendimento e de 3 centros de distribuição, depois de ter sido feita uma profunda análise sobre os negócios no País.
“Esta medida permitirá destinar os recursos para os mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento para o Grupo Dia, da Espanha e Argentina, onde a sociedade possui uma posição relevante com uma estratégia centrada na distribuição alimentar de proximidade”.
Venda
Em outubro passado, os baixos rendimentos da operação brasileira já eram percebidos por Madrid. Segundo notícias da época, havia a intenção de vender toda rede no Brasil e focar nos negócios no país de origem, a Espanha, onde a marca está consolidada e tem retorno mais rápido de investimento.
Até outubro de 2023, o Dia contava com 600 lojas no Brasil, além de unidades em Portugal e Argentina. Uma das motivações para o desempenho ruim dos supermercados é o crescimento dos atacarejos.
No mês de setembro, o setor supermercadista registrou um crescimento de 5,2% na quantidade de vendas em relação ao mesmo mês de 2022, segundo a Scanntech, uma empresa de inteligência de dados para o varejo. Entre os canais, os atacarejos registraram vendas mais fortes contra os supermercados, 6,8% e 5,0%, respectivamente.
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