A Comissão de Estudos sobre o impacto da venda da Sabesp na Câmara Municipal de São Paulo aprovou, nesta quinta-feira, 21, o relatório do vereador Rubinho Nunes (União Brasil) referente à privatização da companhia. Uma sinalização importante da Casa, já que a Câmara dava sinais de que poderia representar um empecilho para o avanço do projeto.
“O processo de venda de ações e capitalização realizado pelo Governo do Estado de São Paulo fortalece a empresa, assegura a universalização do serviço de saneamento básico e viabiliza progressos e melhorias importantes no serviço”, escreve o relator.
O documento aprovado sugere, no entanto, que a dívida da capital com a companhia, estimada em R$ 3 bilhões, seja perdoada, além de um aumento no valor destinado ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI).
Atualmente, o município recolhe 7,5% da receita bruta da exploração dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O relatório recomenda que este porcentual seja de 8,5%, aumentando em 1% a cada 5 anos até o limite de 12%.
Uma participação do município e da Câmara Municipal no Comitê Gestor do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo também é solicitada no documento.
Sabesp registra lucro líquido de R$ 1,186 bilhão no 4º trimestre
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 1,186 bilhão, o que representa um avanço de 84,7% ante o apurado no mesmo intervalo do ano anterior. No ano de 2023, o lucro somou R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado somou R$ 2,964 bilhões nos últimos três meses de 2023, alta de 72,3% na comparação anual. Em 2023, o Ebitda foi de R$ 9,634 bilhões, um crescimento de 35,9% ante 2022.
A receita operacional líquida cresceu 22,4% de outubro a dezembro ante um ano, para R$ 7,262 bilhões. No ano de 2023, a receita totalizou R$ 25,568 bilhões, montante 15,9% maior que o registro no ano de 2022.
Em seu release de resultados, a empresa destaca que no ano passado, a receita operacional bruta relacionada à prestação de serviços de saneamento, a qual não considera a receita de construção, atingiu R$ 21,510 bilhões, com aumento de 15,5% ante 2022, impactadas pelo reajuste tarifário de 12,8% desde maio de 2022; reajuste tarifário de 9,6% desde maio de 2023; aumento de 3,0% no volume faturado total; e aumento na tarifa média por conta do maior aumento do volume faturado na categoria não residencial.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 1,588 bilhão em 2023, ante resultado também negativo de R$ 372,4 milhões do ano anterior.
Com informações de Estadão Conteúdo (Matheus de Souza e Beth Moreira).
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