Em fevereiro de 2024, houve um aumento de 17% no faturamento médio das pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (Iode-PMEs).
Esse índice, que reflete a evolução média real das transações financeiras no setor, continua a mostrar resultados robustos desde o último trimestre de 2023. No acumulado do primeiro bimestre de 2024, o Iode-PMEs registra um crescimento de 15,4% em relação ao ano anterior.
O Iode-PMEs serve como um indicador econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, abrangendo 678 atividades econômicas divididas em quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
O setor industrial das PMEs continua sendo a principal fonte de contribuição positiva, com um aumento de 22,7% na movimentação financeira em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano anterior. De 23 subsetores da indústria de transformação monitorados pelo índice, 19 apresentaram crescimento de dois dígitos no último mês, incluindo atividades como Fabricação de móveis, Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, Metalurgia e Fabricação de produtos químicos.
As PMEs do setor varejista também registraram crescimento, embora em um ritmo mais moderado (+4,9% YoY), impulsionado por segmentos como pedras para revestimento, vidros e artigos fotográficos e para filmagem.
No setor de Serviços, as PMEs também apresentaram um desempenho positivo no último mês (+9,2% YoY), seguindo um aumento de 9,7% em janeiro. No primeiro bimestre do ano, esse resultado positivo foi impulsionado principalmente pelo avanço dos segmentos de Atividades de entrega, Agências de viagem e outros serviços de turismo e Design de interiores.
Por fim, as PMEs do setor de Infraestrutura também registraram um crescimento na movimentação financeira real em fevereiro (+10,4% YoY), com destaque para os segmentos de Serviços especializados para construção e Coleta, tratamento e disposição de resíduos.
Apesar dos resultados positivos recentes, o cenário de curto prazo apresenta alguns riscos. A recente queda na confiança dos consumidores, conforme indicado pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE, levanta preocupações para as PMEs.
Mesmo com a diminuição das taxas de juros, o endividamento das famílias permanece alto, o que pode afetar o consumo no curto prazo.
A sustentação desse crescimento deve depender principalmente da redução das pressões inflacionárias sobre famílias e empresas, assim como dos efeitos cada vez mais evidentes do ciclo de redução da taxa básica de juros (Taxa Selic) na economia real.
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