As credenciais eletrônicas como crédito e débito são um dos meios de pagamento mais utilizados pelos consumidores brasileiros e correspondem a 60% do consumo das famílias. Não à toa, a indústria de pagamentos trabalha no desenvolvimento constante de tecnologias e produtos que tornam a experiência do usuário e o vínculo com as marcas mais fluidas e fortes.
Os cartões co-brand representam um avanço neste segmento. Nos últimos 3 anos, o Brasil registrou um aumento de 300% no número de transações com esse produto por causa das vantagens que ele traz e, do lado dos consumidores, os benefícios disponíveis.
Esse crescimento vem tanto dos segmentos tradicionais, como aéreas e o varejo, mas também a co-brands com empresas de outros segmentos. Os mercados de cosméticos e mobilidade urbana são bons exemplos disso. A Natura disponibiliza o Natura Pay para suas consultoras e o Jaé, que também pode ser usado em outros estabelecimentos comerciais, além do transporte público.
O estudo The Loyalty Report, encomendado pela Visa à Bold Loyalty, consultoria especializada em experiência e fidelização de consumidores, indica que portadores de credenciais co-branded tendem a gastar 40% a mais com a marca e revela que 46% dos brasileiros estão satisfeitos com seus cartões desta modalidade.
A pesquisa traz ainda um dado para o qual as empresas devem estar atentas: atualmente, a experiência do cliente com a marca é tão valorizada quanto as vantagens oferecidas, a troca de milhas por serviços e produtos, por exemplo.
Cada vez mais, os consumidores querem sentir-se valorizados através de ações que demonstrem o quanto as marcas conhecem seu modo de vida e preferências. A hiperpersonalização e a tecnologia são as palavras-chave aqui.
Os co-branded são uma arma poderosa nesse sentido, porque possibilitam o refinamento de dados sobre os hábitos de consumo e preferências de seus clientes, revelando comportamentos e tendências.
Uma boa estratégia de dados é fundamental para se ter sucesso: feedbacks analisados juntamente com outras informações e mapeamento de sinais (visita ao site da marca, reviews, reclamações etc) são alguns passos para decifrar clientes, além das compras feitas por eles.
Esses processos geram uma visão detalhada de cada um, proporcionando um arcabouço mais profundo sobre quem se relaciona com a marca e de que forma isso acontece.
Pensar no co-brand para além do claro benefício da fidelização pode ser um diferencial-chave para um plano de negócios capaz de antecipar e atender os desejos e necessidades dos clientes, saindo na frente da concorrência.
Rafael Littieri é head de Co-brand na Visa para América Latina e Caribe.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock