Líderes mulheres recebem 2,8% menos que os homens no setor de tecnologia

Os dados são do Panorama da Liderança Tech no Brasil 2023/2024

Lideranças do sexo feminino na área de tecnologia possuem salários 2,8% inferiores aos dos homens. Dados levantados pela Strides Tech Community em parceria com a Endeavor para o Panorama da Liderança Tech no Brasil 2023/2024 mostram que as maiores discrepâncias foram observadas em cargos de supervisão, gerência e direção, com diferenças que variam de 12% até 55,2%, no caso das mulheres gerentes jr.

Para o estudo, foram entrevistadas mais de 1.000 líderes do setor de tecnologia, revelando desafios relativos à equidade de gênero, questões preocupantes sobre saúde mental e perspectivas do mercado. A presença de mulheres nas empresas de consultoria apresenta um equilíbrio positivo de 50%; no entanto, ainda há desafios nas bigtechs, e-commerces e startups, com participação entre 23% e 33%. E o cenário se torna ainda pior nas empresas tradicionais, onde a representatividade de líderes femininas é de 6,4%.

A pesquisa identificou uma menor presença feminina e de pessoas negras em cargos de alta hierarquia, sugerindo uma disparidade em posições de alta liderança, especialmente nos cargos de diretor sênior, superintendente e C-level, que ainda são ocupados, em sua grande maioria, por homens brancos.

Dificuldades em construir carreira

A área da tecnologia está em constante crescimento, principalmente por conta do avanço digital que vemos nos últimos anos. Mesmo com a grande demanda, o mercado ainda enfrenta um grande desafio com a falta de mão de obra capacitada. E mesmo diante da escassez de talentos, as mulheres sentem resistência por parte das empresas durante os processos seletivos. É o que uma pesquisa exclusiva do Infojobs deixou claro, com a participação de 879 mulheres de 18 a 60 anos. Das entrevistadas, 89,7% acreditam que o gênero pode influenciar as contratações em áreas predominantemente masculinas, como é o caso de Tecnologia da Informação (TI).

“A igualdade no mercado de trabalho é uma luta de muitos anos. Embora tenhamos avançado e muito, ainda vemos desigualdade salarial e dificuldade de promoção, sustentados por uma política pouco inclusiva. A diversidade é muito importante nos times, mas nosso estudo mostrou que 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade de emprego por ser mulher. Nesse cenário, 61,9% dizem que já enfrentaram situações invasivas em processos seletivos, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais”, revela a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado.

Demissões em massa no setor

Três em cada dez das lideranças da área de tecnologia acreditam que as demissões em massa são motivadas pelo inchaço das equipes ocasionado pela adaptação ao período da pandemia de covid-19. Outros 31,25% tendem a acreditar que o motivo destas demissões foi a dificuldade na entrega de bons resultados a curto prazo.

Essas demissões em massa afetaram 43,38% das lideranças. As reduções mais comuns foram entre 10% e 30% das equipes. E-commerces e consultorias foram os tipos de empresas mais afetadas, com cortes mais significativos.

Com informações de Mercado&Tech.
Imagem: Shutterstock

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