A terceira edição do Connection Foodservice, evento pós-NRA realizado pela MERCADO&CONSUMO e pela Gouvêa Foodservice, debateu os principais aprendizados da maior feira de foodservice das Américas. E a geração Z acabou relacionada, de um jeito ou de outro, a muitos dos insights trazidos de Chicago.
No painel “Tendências e inovações em alimentos e bebidas”, mediado pela editora-executiva da M&C Aiana Freitas e que teve como participantes Luiz Mascella, sócio e diretor de mixologia dos bares Terê e Regô, Carolina Torres, CEO da Plant Choice, e Bruna Pavão, fundadora e CEO da SaudaBe, a sustentabilidade do mercado alimentar esteve em pauta, bem como as adaptações necessárias para atender um jovem e cada vez mais exigente consumidor.
“Alguns atributos são fundamentais para a geração Z. A questão da sustentabilidade, do sabor e da funcionalidade. Mas o preço ainda é uma grande barreira. Porque é uma geração que não tem dinheiro para investir neste tipo de produto, que acaba sendo mais caro”, alerta Bruna Pavão. “Então é fundamental comunicarmos bem o que de bom tem em investir nesse tipo de produto. É uma geração que está muito conectada no digital. Quanto mais mostrarmos benefícios e diferenciais, abrirmos as portas de como está sendo produzido esse produto, mais conseguiremos trazer essa geração para perto da indústria”, garante.
Mirando a saudabilidade, muitos desses jovens consumidores passaram a consumir o plant based. Mas se engana quem pensa que os alimentos plant based são necessariamente saudáveis. “O plant based brasileiro acabou copiando o modelo americano. Dos hambúrgueres, dos nuggets. De produtos que não necessariamente são saudáveis. É possível fazer diferente. Hoje usamos extrato vegetal para dar cor aos nossos produtos. Todo mundo tem a preocupação da saudabilidade, da pegada de carbono, com toda a sustentabilidade da cadeia. Mas as pessoas não querem abrir mão do sabor e do prazer de comer pra isso. É hora da redemocratização do plant based para os consumidores finais e para o foodservice”, revela Carolina Torres.
Mas será que até na hora de relaxar esse novo consumidor também está mais saudável? Luiz Mascella garante que sim. “O consumo de coquetel sem álcool no Brasil é bem geracional. O consumo de álcool dos mais jovens é completamente diferente do que o dos mais velhos. Eu tenho clientes que consomem álcool, mas muitas vezes não querem beber. Porém querem estar no bar, socializando. E optam por coquetéis sem álcool”, revela o sócio dos bares Terê e Regô.
Para Mascella, a geração Z está fazendo o foodservice brasileiro se adaptar a novos hábitos e a também a novos gostos. Como por exemplo os drinks enlatados, produto já bem difundido no mercado norte-americano.
“Não sei se o consumidor brasileiro já está pronto para entender esse produto. Muitas vezes no meu bar eu deixo drinks pré-prontos, pois preciso de padrão em uma operação que é de volume. Mesmo estando no bar e vendo a finalização do drink, esse cliente tem dificuldade de entender. Ele acha que eu estou enganando, que eu não estou colocando a bebida que eu estou vendendo. É complexo. Mas eu acho que é o futuro. Eu acho que é uma grande tendência, mas que como tudo vai ter uma dificuldade, principalmente no desafiador mercado brasileiro”, finaliza Mascella.
Com informações de Mercado&Food
Imagem: Shutterstock e ThinkUp