A cesta de consumo dentro do lar no Brasil cresce impulsionada por um comprador que adquire com maior intensidade. Segundo o estudo Consumer Insights Q1 2024, produzido pela Kantar, empresa focada em dados, insights e consultoria, os carrinhos apresentaram alta de 7,8% em unidades por viagem no longo prazo na comparação dos últimos 12 meses, entre março de 2023 e março de 2024.
Nesse contexto, os brasileiros mantiveram o número de categorias (59 no longo prazo), mas o destaque positivo fica para bazar, bebidas e mercearia doce. No período avaliado, as cestas cresceram 9,9%, 9,4% e 9,3%, respectivamente, em unidades por viagem.
“Vale ressaltar também que o consumo de indulgências aumenta de forma generalizada entre todas as famílias, sendo o maior exemplo as classes D e E. Nelas, o salgadinho cresce tendencialmente para substituir o jantar. A compra é voltada para saciar o desejo de comer algo diferente”, explica Silvia Durazzo, gerente de Contas da Kantar.
De forma geral, todas as marcas crescem em importância de unidades, mas as econômicas se destacam com maior alta, sobretudo nas cestas de higiene e beleza (passando de 25% para 27% no curto prazo), mercearia salgada (de 19% para 20%) e bebidas (de 17% para 18%). “A queda de preço de economy ajuda nessa motivação de mais intensidade de compra, crescendo quase 10%”, diz Silvia.
Os consumidores brasileiros ainda declararam acessar promoções em 13% dos produtos comprados – o número era 11% no ano anterior.
“A estabilidade inflacionária gera consumidores que se adaptam, sendo verdadeiros ‘camaleões’ que agora conseguem direcionar melhor seus gastos. Com isso, compras mais robustas para um maior aproveitamento da ocasião refletem em uma menor frequência – mas o saldo é positivo”, conclui a executiva da Kantar.
Intenção de consumo se manteve em alta
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 0,5% em junho deste ano, em relação ao mês anterior. É a terceira alta consecutiva do indicador, neste tipo de comparação, apesar de ter sido a menos intensa, segundo pesquisa divulgada na última sexta-feira, 21, pela Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na comparação com junho do ano passado, o crescimento da intenção de consumo chegou a 5,1%, de acordo com a entidade.
Já na comparação com maio, o crescimento do indicador foi puxado principalmente pelos componentes nível de consumo atual (1,7%) e renda atual (1,5%). Também apresentaram alta perspectiva de consumo (0,9%), perspectiva profissional e momento para a compra de bens duráveis (ambos com 0,5%), além de emprego atual (0,2%). O acesso ao crédito foi o único componente que não cresceu e ficou estável.
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