O Dia Nacional da Cachaça é comemorado nesta sexta-feira, 13, e a data foi instituída pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) em 2009 para celebrar este mercado, que permanece em crescimento no País. De acordo com o Anuário da Cachaça 2024, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o aumento no número de cachaçarias no Brasil em 2023 alcançou a marca de 1.217, enquanto em 2022 era de 1.129, representando um crescimento de 7,8%.
Entre 2019 e 2023, o salto na quantidade de cachaçarias no País foi de 36%. Em relação à produção, foram produzidos 225,7 milhões de litros de cachaça, algo equivalente a mais de 1 litro por habitante, e apenas 0,6% desse volume é vendido no exterior.
Para Delfino Golfeto, fundador e presidente da rede de restaurantes e cachaçarias Água Doce, o crescimento do mercado está associado à forte retomada dos hábitos presenciais e à economia aquecida, mas também tem relação com novos comportamentos. “O brasileiro tem buscado maior qualidade e diversificação das bebidas”, diz.
Primeira bebida destilada da América Latina
Conhecida por mais de 3 mil nomes, desde pinga até branquinha, acredita-se que a popular bebida esteja presente no Brasil desde o século 16. O Ibrac diz que, embora não haja registros precisos, é considerada a primeira bebida destilada da América Latina, antes mesmo do aparecimento do pisco, do rum e da tequila. A destilação da mistura fermentada de cana-de-açúcar teve início por volta de 1520.
Os cinco estados brasileiros que mais concentram cachaçarias são Minas Gerais, com 504; São Paulo, com 169; Espírito Santo, com 81; e Santa Catarina e Rio de Janeiro, com 68 e 65, respectivamente. Elas estão presentes em 25 dos 26 estados e no Distrito Federal – só não há produção no Amapá e em Roraima. A tradição mineira se confirma no número de cachaçarias registradas, com 41,4% do total de estabelecimentos no País. Salinas, em Minas Gerais, se destaca como a cidade com o maior número de cachaçarias, abrigando 24 endereços.
Apesar da fama da bebida, o setor não tem um papel de destaque na geração de empregos. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a fabricação de aguardente de cana-de-açúcar empregou diretamente 6,3 mil pessoas em 2023, representando 4,7% dos 134 mil empregos gerados pela indústria de bebidas no País. Por outro lado, o número de marcas é expressivo. Em 2023, havia 10.526 marcas registradas no ministério, 16% a mais que as 9.074 de 2022. Minas Gerais novamente aparece liderando, com 4.341 registros.
Exportação
No recorte de exportações, o volume financeiro foi de US$ 20,2 milhões em 2023, praticamente estável em relação a 2022, quando US$ 20 milhões foram exportados – a alta foi de 1%. Nos últimos seis anos, porém, o crescimento foi de 29%.
De acordo com o Anuário, a cachaça brasileira manteve presença em 76 países no ano passado. Em termos de mercado, os dez maiores compradores de cachaça brasileira (em volume financeiro) foram, pela ordem: Estados Unidos, Itália, Portugal, Paraguai, Alemanha, Uruguai, França, Holanda, Espanha e Reino Unido.
Golfeto diz que o Brasil poderia explorar melhor o consumidor externo. ‘Falta um trabalho mais forte de marketing e comunicação para consolidar a boa imagem que a bebida tem em outros mercados.
Com informaçõe de DC News.
Imagem: Shutterstock