As regras para a regulamentação do Pix Automático serão estabelecidas sobre quatro jornadas diferentes de contratação para que o maior número de empresas possam se enquadrar. Uma dessas opções inclui a possibilidade de uma companhia oferecer a modalidade para o seu cliente experimentar uma vez e decidir depois se deseja continuar a quitação de débitos por esse meio de pagamento.
Disponível para os usuários a partir de 16 junho de 2025, o cronograma de lançamento do Pix Automático e do desenvolvimento de novos produtos foi apresentado por Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix no Banco Central (BC). Conhecido como “o criador do Pix”, Brandt se apresentou no palco principal do Latam Retail Show 2024, na tarde desta quinta-feira, 19, no Expo Center Norte, em São Paulo.
A partir do próximo mês até junho de 2025, serão realizadas novas versões da API Pix, produção do manual de padronização, guia de implementação e testes para homologação, entre outras etapas.
“O Pix automático é parecido com o débito automático. É uma solução para qualquer modelo de empresa e negócio, de qualquer porte, que precise de um meio de pagamento recorrente”, disse. O sistema, no entanto, é diferente do que existe hoje em dia, que é o Pix recorrente.
Diferenças de modelo
Disponível em algumas instituições financeiras, o Pix recorrente passará a ser obrigatório em todos os bancos a partir do mês que vem. Por esse sistema, o usuário estabelece um valor para ser transferido a outra conta mensalmente, em uma data à sua escolha.
Já o Pix automático poderá fazer pagamentos, por exemplo, de assinaturas, condomínios, mensalidades escolares, planos de saúde, a partir da contratação entre a pessoa física e uma instituição pública ou privada, que oferte serviço ou produto com recorrência. “Há muita flexibilidade para atender diferentes casos de uso e necessidades”, afirmou Brandt.
Pix por aproximação
Atualmente em desenvolvimento, o Pix por aproximação encontra-se em fase de receber contribuições do Fórum Pix. De acordo com Brandt, o projeto é reduzir a fricção na jornada de compra dos usuários, que precisam abrir o banco no celular para poderem transferir o valor da compra ou realizar a leitura do QR Code.
A equipe de desenvolvedores está em busca de criar alterativas para que entre os dispositivos regulamentados do recebedor e do pagador sejam ativados automaticamente e a conclusão do pagamento seja feita com a checagem de informações, seguida da autorização do cliente.
O Banco Central também explora modelos para a realização de pagamentos offline.
Batizado de “Med”, o mecanismo antifraude da tecnologia ganhará, em breve, uma versão 2.0. A ferramenta está sendo aprimorada para ter mais efetividade e barrar situações antifraudes.
4 anos de Pix
Apesar de não ser o meio de pagamento mais utilizado no País – o posto pertence ao cartão de crédito -, o Pix é o que mais cresce na preferência do brasileiro.
Segundo os dados apresentados por Brandt, no Latam Retail Show 2024, o volume de transações via Pix entre pessoas e entre pessoas e empresas empatou, pela primeira vez, em 48%. O executivo acredita que as operações entre pessoas e empresas representarão mais da metade das transações no próximo ano.
Entre os big numbers, mais de 90% da população adulta no Brasil utiliza o Pix, representando em torno de 160 milhões de pessoas. Entre as empresas, 17 milhões (77%) delas inseriram a ferramenta como alternativa de pagamento.
Em média, são realizadas 5 bilhões de transações via Pix todos meses. No último dia 6 de setembro, o BC registrou novo recorde, somando 227,3 milhões de operações em um único dia.
Imagem: Divulgação/Gouvêa Experience