Devido ao aumento na demanda mundial e às mudanças climáticas, o consumo de café no Brasil apresentou uma retração em 2024. Uma análise realizada pela Scanntech sobre as vendas em supermercados e atacarejos nos últimos 12 meses mostra que a variação do preço por quilo do café moído teve alta de 1,9% no acumulado deste ano. Em julho, houve um aumento no valor do produto, que atingiu um pico de 17% nos pontos de venda.
Em 2023, após um período de retração em faturamento, preços e volume de vendas nos supermercados, a receita com o café voltou a ser impulsionada a partir de maio deste ano, quando a alta de 5% no valor final do produto provocou um aumento de 4,4% no faturamento, mesmo com uma redução de 0,9% nas vendas em volume.
“Os efeitos climáticos na safra, especialmente devido à seca em regiões produtoras, reduziram a oferta do produto no mercado interno, enquanto o aumento das exportações, impulsionado pela alta demanda global e pelo câmbio favorável, pressionou ainda mais a disponibilidade do produto para os consumidores brasileiros. Como resultado, o preço do café moído acelerou significativamente, afetando tanto supermercados quanto atacarejos”, destaca Caio Martine, gerente de Inteligência de Mercado da Scanntech.
Essa situação se repetiu nos meses de junho e julho, com o aumento dos preços, que atingiu 11% e 16%, respectivamente. Nesses meses, mesmo com as vendas apresentando uma redução de 5,9% em junho e 5,7% em julho, houve um aumento de 4,7% no faturamento no primeiro mês e 9,5% no seguinte.
No atacarejo, o comportamento foi semelhante: o aumento de preço resultou em incremento no faturamento da categoria, mesmo diante da retração no volume de vendas.
“A tendência de aumento de preço deve persistir nos próximos meses, com expectativa de novas elevações à medida que os efeitos climáticos continuem a impactar as safras futuras e a demanda global se mantenha aquecida”, conclui Martine.
Com informações de Mercado&Food.
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