Durante o lançamento do programa Acredita, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou mais R$ 100 bilhões em financiamento para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Segundo ele, foi feita uma reengenharia financeira e não haverá aporte do Tesouro Nacional para as operações. Mercadante também falou em R$ 9,4 bilhões para garantir operações de crédito sob acompanhamento do Sebrae.
Ele falou em São Paulo, em uma cerimônia com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O governo federal organizou o evento para divulgar o Acredita, seu programa voltado para a oferta de crédito.
“Estamos anunciando mais R$ 100 bilhões em crédito para micro, pequena e média empresa através de qualquer banco do País. Por quê? Porque a gente entra com a garantia, que é o que o pequeno, o médio e o micro não têm. Pode ir no banco e pedir”, disse Mercadante.
No caso dos R$ 9,4 bilhões, ele afirmou que a operação será em modelo de fundo garantidor. “O Sebrae vai acompanhar, orientar as empresas, estimular o acesso a crédito. E a gente entra com a garantia”, declarou. Ele também disse que o BNDES será o “banco do Sebrae”.
Mercadante também disse que o banco de fomento está à disposição das empresas menores que querem vender para o mercado externo. “Pequenas e médias empresas brasileiras têm que exportar, e o BNDES está aqui para isso”, declarou.
Lula: “Acredita não seria aprovado sem unidade de pensamento no governo de tirar País da mesmice”
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira, 18, no anúncio do programa Acredita em São Paulo, que a medida não teria sido aprovada sem uma vontade do governo de “tirar o Brasil da mesmice”. Ele também voltou a dizer que o dinheiro precisa circular, em vez de ficar nas mãos de poucos.
Lula mencionou a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. “Ela nos emprestou o salão da casa de espetáculos do Palmeiras para que a gente pudesse fazer o maior programa de crédito que esse País já conheceu”, disse o presidente da República, no evento realizado no Allianz Parque, na capital paulista. “Precisamos transformar o Acredita em assunto de mesa de bar, é preciso as pessoas saberem que existe o programa”, declarou.
Ele disse que a política de crédito é para fazer o País dar um salto de qualidade, e voltou a reclamar da morosidade do Estado. “Vamos proibir a burocracia de atrapalhar o Acredita”, declarou.
Segundo ele, todos os órgãos dizem que têm dinheiro para o programa. “Que agora apareça o dinheiro”, declarou.
O presidente mencionou a articulação política de seu governo, e disse que não perdeu nenhuma votação relevante no Congresso. Alfinetou seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), dizendo que houve um “tempo das fake news”.
Afirmou ainda que hoje as pessoas querem ser empreendedoras, e que só por meio da educação o País pode ser competitivo.
Também disse que os empresários devem encarar seus trabalhadores como consumidores. Lula afirmou que em uma semana seria possível acabar com a pobreza se pouco dinheiro passar a circular nas mãos de milhões de pessoas.
Com informações de Estadão Conteúdo (Circe Bonatelli, Eduardo Laguna e Caio Spechoto).
Imagem: RICARDO STUCKERT/PR