Após uma sequência de quedas, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou estabilidade, marcando 112,2 pontos em outubro, conforme apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em comparação com outubro do ano passado, houve uma leve retração de 0,5%, a menor redução desde julho.
A confiança dos comerciantes nas condições econômicas atuais registrou queda de 2,2%, com o índice atingindo 69,8 pontos, uma redução anual de 8,3%. O subindicador das condições atuais do comércio caiu 1,1%, mantendo-se em 86,1 pontos, abaixo da zona de satisfação. No setor, a confiança teve um recuo de 1,1% no mês e 0,7% no ano, enquanto a percepção em relação às próprias empresas caiu 0,5%, apesar de uma leve alta anual de 0,3%.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a pressão inflacionária, somada à manutenção do ciclo de aumentos da taxa Selic, limita o crescimento do consumo e o potencial de investimento do setor. “No entanto, a expectativa de melhora sazonal nas vendas de final de ano traz certo alívio.”
De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no comércio ampliado caíram 0,8% em agosto, refletindo os aumentos dos preços e as altas taxas de juros.
Contratação temporária deve impulsionar fim de ano
Mesmo com as adversidades na economia, os comerciantes demonstram intenção de aumentar investimentos, com o índice subindo 0,2%, totalizando 107 pontos. A disposição para contratações temporárias se destaca, com um aumento de 1,1%, alcançando 127 pontos.
O segmento de roupas, calçados e acessórios cresceu 0,6% no índice de intenção de contratação, mas registrou queda de 2% em relação ao ano anterior. Supermercados e farmácias tiveram um aumento de 1,3% no mês e 6,4% no ano. O setor de eletrônicos e veículos apresentou um leve crescimento mensal de 0,1% e 6,5% anual.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, aponta que, embora haja cautela, os empresários estão otimistas para as vendas de fim de ano. “Essa melhora das expectativas reflete confiança no setor, apesar de um cenário econômico complexo e indefinido”, avalia.
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