Apesar de avanços significativos em áreas como educação, pesquisa científica e políticas de Inteligência Artificial, o Brasil ficou na 57ª posição entre os 67 países analisados no Ranking Mundial de Competitividade Digital. a mesma posição que ocupou no ano passado, com uma pequena melhoria nos fatores conhecimento e prontidão para o futuro.
Feita pelo IMD (International Institute for Management Development), em parceria com o Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), a análise leva em consideração a capacidade e a prontidão das economias mundiais para incorporar novas tecnologias digitais que podem impactar a produtividade econômica.
“De forma resumida, o Anuário aponta a forte presença das economias asiáticas nas melhores posições do ranking, enquanto a Europa e a América do Norte recuaram um pouco. E alguns países da América Latina continuam ocupando posições inferiores”, afirma Hugo Tadeu, professor e diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC, e líder da pesquisa no Brasil.
As análises do Ranking Mundial de Competitividade Digital mostram claramente que as nações que ocupam as primeiras posições estão investindo de maneira consistente e estratégica em talentos, inovação tecnológica e formação acadêmica. Esses países têm implementado políticas de longo prazo focadas no desenvolvimento de infraestrutura digital, formação de uma força de trabalho altamente qualificada e no fomento à pesquisa científica e novas tecnologias. Como consequência, observam-se ganhos expressivos em produtividade, crescimento econômico e competitividade global.
Contexto brasileiro
A infraestrutura tecnológica do Brasil necessita de investimentos estratégicos, especialmente em segurança cibernética, conectividade e capacitação digital, para garantir um avanço consistente no cenário global.
“A atração e retenção de talentos, a transferência de conhecimento, o financiamento para o desenvolvimento tecnológico e a criação de um ambiente regulatório mais dinâmico e eficiente são pontos críticos que precisam de maior atenção”, pontua Hugo Tadeu.
A implementação de políticas públicas eficazes, a modernização das infraestruturas e o fortalecimento das parcerias entre o setor público e privado serão fundamentais para que o Brasil atinja seu potencial de inovação e desenvolvimento sustentável.
Segundo estudo, a construção de um futuro digital competitivo depende da preparação da força de trabalho e da criação de um ambiente favorável à inovação.
“Para isso, é imprescindível uma revisão das políticas educacionais e profissionais, com ênfase em treinamentos técnicos, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, bem como a adaptação do sistema regulatório para a era digital. A inclusão de novas tecnologias no ambiente corporativo e o apoio ao empreendedorismo digital também devem ser prioridades na agenda de transformação digital do Brasil”, destaca Hugo Tadeu.
Imagem: Shutterstock