Imagine um marketing em que a propaganda transacional é substituída por conexões genuínas entre marca e cliente, a venda sem valor por colaboração e o conteúdo sem profundidade por conversas significativas. Este é o poder das comunidades digitais. Neste artigo, vou contar sobre como as comunidades estão redefinindo a jornada do Social Selling, gerando engajamento orgânico, fidelização duradoura e um crescimento exponencial dos negócios.
Bilhões de pessoas estão conectadas. Milhões de comunidades online estão crescendo. No Brasil, mais de dois terços da população faz parte dessa realidade digital. Isso significa uma oportunidade única para o seu negócio: construir relacionamentos e impulsionar as vendas através de conexões reais.
Por que as comunidades digitais são tão importantes na jornada do Social Selling?
Em um mundo cheio de anúncios, construir confiança e engajamento genuíno é crucial. As comunidades digitais oferecem um ambiente propício para isso, permitindo que as marcas se envolvam em conversas reais com seus consumidores, construindo relacionamentos duradouros baseados em confiança e reciprocidade. Ao participar de debates, responder a perguntas e compartilhar conteúdo relevante, as marcas demonstram interesse genuíno no público, criando um elo mais forte e duradouro. Este tipo de interação autêntica é muito bom para:
Aumentar o Customer Lifetime Value (CLV) – Clientes engajados são mais propensos a realizar compras repetidas, resultando em um aumento significativo do valor do cliente ao longo do tempo.
Impulsionar as vendas – Através de recomendações e demonstrações de produto dentro da comunidade, as vendas aumentam de forma orgânica e natural.
Gerar User Generated Content (UGC) – Conteúdos criados pelos próprios usuários, como depoimentos, avaliações e tutoriais, funcionam como testemunhos, aumentando a credibilidade e humanização da marca.
Reduzir os custos de marketing – As comunidades se tornam canais orgânicos de divulgação, reduzindo a dependência de anúncios pagos e aumentando o retorno sobre o investimento.
Construir uma marca forte – A interação autêntica fortalece a percepção da marca, construindo identidade e fidelidade.
Coleta de feedback – As comunidades são fontes inestimáveis de insights e feedback sobre produtos, serviços e comunicação, permitindo adaptações estratégicas.
Cases de Sucesso: como grandes marcas estão usando as comunidades digitais
Marcas como Sephora (Beauty Insider Community), Glossier e Red Bull já estão colhendo os frutos desse novo modelo. A Sephora, por exemplo, utiliza sua comunidade para co-criação de produtos e compartilhamento de experiências, envolvendo os usuários diretamente no processo de desenvolvimento da marca. A Glossier, por sua vez, construiu uma comunidade inclusiva em que os consumidores se tornam embaixadores da marca, compartilhando suas próprias experiências e recomendações. Já a Red Bull transcende a venda de bebidas energéticas, criando um universo de experiências em torno de esportes radicais e conectando-se com fãs apaixonados.
Através de cases como este, nos inspiramos na Saudabe e criamos uma comunidade com foco no profissional da saúde, especificamente nos profissionais de nutrição. Atualmente temos uma base relevante e utilizamos como ferramenta de relacionamento diário o WhatsApp, com milhares de nutricionistas que geram conteúdo estratégico e relacionamento entre nutricionistas de todo o Brasil.
Dicas de como criar e gerenciar uma comunidade
Para isso é necessário muito planejamento e dedicação. Separei alguns passos muito importantes:
1. Conhecer o seu público – Entender as necessidades, paixões e dores do seu público é fundamental para criar uma comunidade relevante e engajada.
2. Escolher a plataforma ideal – Selecione a plataforma mais adequada para o seu público, considerando fatores como facilidade de uso, recursos disponíveis e integração com outras ferramentas. Exemplos incluem Facebook Groups, Discord, Slack, fóruns dedicados e até mesmo o WhatsApp.
3. Criar espaços de troca – Facilite a comunicação e interação entre os membros da comunidade, fornecendo ferramentas como fóruns, chats, enquetes e áreas para compartilhamento de conteúdo.
4. Incentive a interação – Utilize diversas estratégias para manter a comunidade ativa e engajada, como conteúdos exclusivos, eventos, desafios, brindes, sorteios.
5. Monitore e Analise os resultados – Acompanhe métricas como engajamento, crescimento da comunidade, geração de leads e vendas para avaliar o desempenho da sua estratégia.
Por fim:
As comunidades digitais não são apenas uma tendência passageira, mas uma transformação no Social Selling. Elas oferecem às marcas uma oportunidade única de construir relacionamentos genuínos, fidelizar clientes e impulsionar vendas de forma orgânica.
A pergunta não é mais se você deve investir em comunidades digitais, mas como você irá fazer isso para transformar o negócio da sua marca.
Bruna Pavão é fundadora e CEO da SaudaBe Group.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagens: Shutterstock e SaudaBe