As expectativas para o primeiro semestre de 2018 são positivas para os empresários do comércio de materiais de construção. Cerca de 64% apostam no crescimento das vendas em relação aos últimos seis meses de 2017, de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco), em parceria com a área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG. O levantamento foi feito na capital mineira e nas cidades de Betim, Confins, Contagem, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Sabará, São José da Lapa e Vespasiano.
O estudo também mostra que 95,7% estão confiantes na melhora ou manutenção da saúde financeira do negócio. Na última avaliação, esse percentual era menor, de 91,2%. “As perspectivas são favoráveis devido às questões macroeconômicas, em especial a recente redução da taxa Selic ao menor patamar histórico (6,75%). Isso leva os bancos a diminuírem os juros, melhorando as condições de financiamento para o consumidor. Como o segmento do comércio de materiais de construção é mais sensível ao crédito, a projeção, para o semestre, de recuperação econômica pautada pelo consumo das famílias é muito positiva”, destaca o economista da Federação, Guilherme Almeida.
Para o presidente do Sindimaco BH e Região, Júlio Gomes Ferreira, os bons resultados serão fundamentais para uma retomada definitiva do segmento, que ainda registrou, em alguns casos, recuos no faturamento no ano passado. “A queda progressiva dos juros é um alento, pois os reflexos dessa redução no financiamento aparecem de forma lenta, embora possam se intensificar agora para o varejo, incrementando as condições de consumo. A manutenção da inflação sob controle e a retomada dos investimentos públicos e, principalmente, das empresas, também devem estimular a construção civil”, completa.
Conforme o estudo das entidades, 32,4% das lojas apresentaram um desempenho pior no segundo semestre de 2017 frente ao primeiro. Já em relação ao mesmo período de 2016, houve queda no volume de vendas, para 51,5% dos empresários. Uma das formas de reverter esse quadro, além de contar com os ajustes na economia, será a realização de promoções e liquidações para atrair os clientes, de acordo com 54,1% dos entrevistados.
Os bons resultados esperados para o primeiro semestre devem se converter na geração de postos de trabalho no varejo de material de construção em BH e nas outras cidades pesquisadas. O levantamento indica que 89,4% pretendem manter ou aumentar o quadro de funcionários nesse período. Hoje, 73,4% das empresas dessa atividade instaladas nos municípios avaliados possuem até nove colaboradores em seu quadro de funcionários, sendo enquadradas como microempresas. A maioria dos negócios do setor (73,8%) integra o segmento de ferragens, madeiras e materiais de construção.
Um bom exemplo do desempenho positivo do setor é o grupo francês Adeo, que está no Brasil desde 1998 com a Leroy Merlin e que este ano abriu a rede de atacarejo (misto de atacado e varejo) de construção Obramax, voltado principalmente para o atendimento a profissionais do segmento da construção civil. A loja também atenderá o consumidor final, sem a necessidade de pré-cadastro para a efetivação da compra.
Para ver a pesquisa na íntegra, acesse: http://www.fecomerciomg.org.br/wp-content/uploads/2018/02/2018-1-Sindimaco-Análise.pdf