Após fechar mais de 237 mil postos de trabalho entre 2015 e 2016, o setor de serviços paulista voltou a gerar vagas formais em 2017. Foram abertos 7.318 postos de trabalho e, pela primeira vez desde junho de 2015, o saldo de empregos acumulado em 12 meses ficou positivo. Assim, o setor de serviços do Estado de São Paulo encerrou o ano com um estoque ativo de 7.301.434 trabalhadores formais, leve alta de 0,1% em relação ao fim de 2016.
Em dezembro, o setor eliminou 57.011 empregos com carteira assinada, saldo de 136.405 admissões contra 193.416 desligamentos. O resultado não surpreende, uma vez que há uma sazonalidade negativa no último mês do ano, mas vale ressaltar que o número de vagas fechadas em 2017 foi o menor para um mês de dezembro desde 2013.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela FecomercioSP, com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Ela analisa o nível de emprego do setor de serviços, a partir de 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços.
Entre as 12 atividades pesquisadas, cinco apresentaram alta no estoque de empregos em relação a 2016, com destaque para profissionais, científicas e técnicas; médicos, odontológicos e serviços sociais – ambos com avanço de 2,1% – e alojamento e alimentação (0,4%). Os destaques negativos ficaram por conta dos segmentos de outras atividades de serviços (-1,3%) e transporte e armazenagem (-1%).
O grupo de serviços médicos, odontológicos e sociais teve papel fundamental para que o mercado de trabalho do setor de serviços paulista encerrasse o ano com um saldo positivo, ao abrir 15.607 vagas formais, seguido pelas atividades profissionais, científicas e técnicas, com 7.115 novos postos de trabalho no ano. Na contramão, destacaram-se os serviços de transportes e armazenagem, com 7.594 vagas a menos no ano; e outras atividades, com redução de 4.336 vagas com carteira assinada.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, 2017 ficou marcado pela estabilização do mercado de trabalho do setor de serviços do Estado após o maior ciclo recessivo desde o início da série histórica. Segundo a entidade, o bom desempenho do setor depende do reaquecimento da atividade econômica em geral. Com uma melhor expectativa de crescimento da economia brasileira para 2018, a Federação acredita que haverá, sem dúvidas, uma aceleração na geração de empregos.
Na capital paulista, o setor de serviços paulistano eliminou 17.397 empregos formais em dezembro, resultado de 61.484 admissões contra 78.881 desligamentos. O saldo acumulado em 2017, no entanto, ficou positivo em 10.579 vagas. Com isso, o setor encerrou 2017 com um estoque de 3.476.375 trabalhadores formais, alta de 0,3% em relação a 2016.
Das 12 atividades analisadas, sete registraram aumento no número total de vínculos formais em relação a dezembro de 2016, com destaque para os serviços médicos, odontológicos e serviços sociais e profissionais, científicas e técnicas, ambos com avanço de 2,5%, e alojamento e acomodação (1,1%). Entre as variações negativas se destacaram os segmentos de outras atividades e serviços (-1,6%) e de transporte e armazenagem (-1%).
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