O Grupo Pão de Açúcar irá retomar a bandeira Compre Bem, que havia sido extinta em 2011. Para isso, deverão ser investidos entre R$100 e R$130 milhões na transformação de unidades da marca Extra em Compre Bem. O foco da rede é atender os públicos B e C, competindo com os mercados regionais. As primeiras unidades serão abertas no estado de São Paulo, até o final do ano.
O investimento do GPA para 2018 continua estimado em R$1,6 bilhão. A companhia espera conseguir uma economia de até 20% nas despesas com a retomada da marca, em comparação ao supermercado Extra. Essa redução deve ser gerada com menores gastos com publicidade e logística. Um exemplo disso é a comunicação da bandeira, que deverá ser feita por meio de panfletos e não com grandes campanhas publicitárias, já que o objetivo é atender o público regional. Na logística, o plano é que os produtos não passem por centros de distribuição, mas sejam entregues diretamente pelos fornecedores às lojas.
“O foco da mudança é ganhar em produtividade, fazer mais com menos, resgatar uma bandeira que estava esquecida pelo Grupo e gerar oportunidades para testar novas ideias, investindo menos em serviço e mais em ofertas”, destaca Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da GS&Consult.
Para ele, as ideias testadas e aprovadas pelo público poderão ser ampliadas e aplicadas em novas unidades e até em outras bandeiras. “Por exemplo, no formato podem ser testados equipamento para autosserviço, para agilizar o pagamento ou qualquer outra coisa do gênero. E caso o público aprove, é natural que estas práticas sejam ampliadas para outros locais. O formato Compre Bem permite essa flexibilidade para testar novidades”, acredita Rebetez.
As reformas das unidades Extra devem durar cerca de 90 dias. Cada uma delas deverá ter 1.700 m² e 7 mil produtos em seu portfólio. Sérgio Leite, diretor-executivo do Compre Bem, afirma que “as unidades serão adequadas para um modelo mais focado em perecíveis, principalmente hortifrúti e serviços de padaria e açougue”.
O projeto de mudança está nas mãos de Belmiro Gomes, presidente do atacarejo Assaí e depois passará para Sérgio Leite, diretor executivo do Compre Bem. O objetivo é aproveitar a expertise do executivo em modelos com custo operacional mais baixo e expansão. De acordo com a companhia, isso não significa que o atacarejo será deixado de lado.
“O Assaí está focado na venda em grande escala, com produtos que não ficam expostos em gôndolas, mas em prateleiras de estoque. Já o Compre Bem é um supermercado em essência. Não vende em grandes quantidades, mas foca em produtos com um ótimo preço”, disse Rebetez.