Alimentação é, individualmente, o segmento de maior peso e um dos mais tradicionais e consolidados do franchising brasileiro. De acordo com balanço da ABF sobre o desempenho do sistema, de junho de 2017 ao mesmo mês deste ano, o faturamento total das franquias foi de R$ 168,360 bilhões, dos quais R$ 21,544 bilhões foram das redes de alimentação. Isso representa um crescimento de 8,1% na receita do segmento.
Além da melhora de importantes indicadores macroeconômicos – como a queda da inflação e da taxa básica de juros (Selic), do leve aumento dos índices de confiança do consumidor e da indústria – o setor de franquias foi aquecido pela retomada da expansão das redes e do crescimento de nichos específicos, como os de alimentação saudável. O segmento de Alimentação foi um dos mais beneficiados com a Copa do Mundo, que atraiu mais consumidores aos estabelecimentos nos dias de jogos.
Para este ano, as expectativas também são positivas para o mercado de foodservice em geral, que deve se recuperar da crise econômica dos últimos anos. Um nicho de destaque é o da culinária asiática, um dos mais tradicionais do segmento de Alimentação do franchising brasileiro e que responde a 9% das franquias do segmento. De acordo com a última avaliação da Pesquisa Setorial de Food Service da ABF, o subsegmento de comida asiática cresceu 2% em faturamento em 2017. Um exemplo deste nicho é a rede Jin Jin, que opera predominantemente em shopping centers.
Em 2018, além do formato buffet em praça de alimentação e quiosque Jin Jin Sushi, a marca lançou, na cidade de Londrina, a primeira loja no modelo de container, juntamente com a rede Montana. O novo formato, que tem custo de investimento menor em relação às lojas tradicionais, leva a atuação para além dos shoppings e inclui os serviços de delivery e retirada no balcão.
Com 78 unidades distribuídas em 11 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, a franquia teve R$150 milhões de faturamento em 2017. Até o fim deste ano, deverão ser inauguradas unidades em todas as regiões por meio de seu modelo de negócio e a companhia espera ter 15% de aumento no faturamento até o final do ano.
Ainda de acordo com o estudo, a “reinvenção” pode ser considerada a palavra de ordem para o segmento de Alimentação na atualidade. Lançar mão de novos formatos e investir em tecnologia da informação são dois fatores relevantes para as redes. Entre os tipos de negócios considerados mais interessantes para se investir, Quiosques foi a opção de 50% dos respondentes e Lojas de menu reduzido ficou com 47,3%. Este é o caso da rede de franquias Água Doce Sabores do Brasil que lançou um modelo mais enxuto, com cardápio reduzido e opções de pratos individuais.
A rede, que conta com 80 unidades em nove estados brasileiros mais o Distrito Federal, decidiu apostar neste modelo mais enxuto voltado a shopping centers, centros empresariais, supermercados e locais com alta movimentação de pessoas. A operação conta com opções adaptadas do cardápio original da rede.
Diferente das demais unidades da rede, os processos da modalidade Express agregam tecnologia para finalização dos pratos, que chegam prontos à cozinha e são finalizados na unidade em poucos minutos. Isso permite que o atendimento seja rápido e prático, mas sem perder a qualidade e o sabor característico do alimento. O modelo de negócio também permite que haja um investimento reduzido de, em média, R$ 250 mil, com prazo de retorno que varia de 24 a 36 meses e faturamento médio mensal de R$ 80 mil.