Após muitas mudanças, o site de compras coletivas Peixe Urbano vive um momento favorável. A empresa foi fundada em 2010, quando o ecossistema de startups estava começando no Brasil, sendo a única focada em compras coletivas. O cenário mudou com a criação de concorrentes e com a chegada do americano Groupon. Em 2014, o Peixe Urbano foi comprado pelo grupo chinês Baidu, por apenas R$ 10 milhões. No fim de 2017, a companhia foi vendida novamente, para o fundo Mountain Nazca, que havia adquirido o Groupon na América Latina.
“Fizemos a nossa lição de casa e estamos em um momento muito favorável para levar a empresa a um novo patamar”, disse Ilson Bressan, novo CEO da companhia. Ele substituiu Alex Tabor, um dos fundadores do Peixe Urbano, que deixou o cargo para seguir como conselheiro informal na operação. Bressan é o primeiro CEO que não é cofundador da empresa. Ele era vice-presidente comercial para a América Latina.
Em 2018, os ajustes no modelo de negócio do Peixe Urbano se consolidaram. A empresa passou a utilizar descontos menos agressivos nos cupons de restaurantes, bares, shows e afins, além de deixar de atrelar as ofertas a um número mínimo de compradores. Novas categorias se fortaleceram, como viagens, estética e produtos, incluindo itens como eletrônicos, moda e eletrodomésticos.
A empresa se integrou ao Groupon no Brasil e na América Latina. Com isso, conseguiu reduzir diversos custos. A área de suporte ao cliente foi internalizada em todos os países, o que já acontecia no Brasil. Com a mudança, a empresa economizou 30% no departamento. Todos os negócios da companhia serão unificados sob a marca Peixe Urbano. Hoje é mantido também o nome Groupon no Brasil. No restante da América Latina, o Groupon domina como bandeira para os consumidores. A mudança de nomes deverá ser concluída em até dois anos.
O foco do Peixe Urbano é ampliar a base de consumidores cadastrados e o engajamento na plataforma. Hoje, a empresa possui 31,5 milhões de usuários no Brasil e 20,5 milhões no restante da América Latina. As categorias de gastronomia e entretenimento respondem por aproximadamente 55% das vendas. A empresa deseja ampliar as ofertas disponíveis no segmento de viagens. Outro objetivo da empresa é desenvolver funções que aprimorem a experiência dos clientes, como a possibilidade de o consumidor não apenas usar o cupom de descontos em um restaurante, mas também pagar a conta no estabelecimento por meio do aplicativo da empresa. As vendas via dispositivos móveis representam 75% do total no Brasil e 25% nos demais países. A intenção é ampliar esta participação no restante da América Latina.
O Peixe Urbano deseja ampliar sua presença na sua base de parceiros. Em 2017, o número de ofertas cresceu 38% no Brasil e 17% na América Latina. “Precisamos nos conectar com os sistemas de retaguarda dos nossos parceiros”, afirmou Bressan, que completou: “Em viagens, por exemplo, isso nos daria condições de saber, em tempo real, as promoções disponíveis para um determinado tipo de acomodação, em um determinado período do ano.
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