Com o mercado sempre altamente competitivo e ainda instável por conta das variações econômicas, profissionais veem na transição de carreira uma alternativa de manter a empregabilidade. E devido à globalização, as corporações reformulam constantemente seus processos de atuação. Esse novo modelo gerou maiores oportunidades ao profissional que deseja se recolocar, inclusive dentro da própria empresa na qual trabalha.
Avanços tecnológicos, insatisfação financeira ou até mesmo a busca por novos desafios são alguns dos motivos que movem profissionais a mudarem. Irene Azevedoh, Diretora de Transição de Carreira e Gestão da Mudança para América Latina da Consultoria Lee Hecht Harrison (LHH), aconselha que estes profissionais tracem estratégias antes de investirem nesta mudança. “Primeiro você precisa investigar todas as possibilidades dentro da empresa que trabalha inclusive funções das quais desconhece. Depois, pontue as competências exigidas, pois é essencial analisar os prós e contras da área/cargo que almeja para não declinar na sua decisão posteriormente e prejudicar assim a sua imagem profissional”, diz a consultora.
Irene ressalta ainda que é importante também fazer uma reflexão sobre onde está e aonde quer chegar através de perguntas, como: “quais desafios estou apto a enfrentar?”; “quais habilidades preciso desenvolver para assumir esse cargo?; “onde eu quero chegar?”, entre outras.
Não deixe o medo te paralisar
De acordo com a especialista, há profissionais que embora desejem, não investem nesse tipo de transição devido ao medo do futuro. “Muitas pessoas têm como premissa que recolocação de carreira é viabilizada apenas para as gerações mais novas. Acreditam que a questão cronológica pesa muito na hora de conquistar um novo espaço no mercado”, aponta Irene, acrescentando que o receio pelo desconhecido é normal, pois toda mudança é um grande desafio, mas é um erro o profissional permitir que esse pensamento o impeça de arriscar.
Para ela, vale ficar atento que não é a idade o fator determinante para uma transição de carreira bem sucedida. O que torna possível uma recolocação são os planejamentos financeiro e pessoal. “Além disso, o profissional precisa enriquecer constantemente o seu know how, afinal até o executivo mais experiente precisa de conhecimentos que agreguem na área escolhida”.
Outra dica sinalizada pela consultoraé fazer networking sempre que possível com gestores e especialistas de todo seu âmbito corporativo. “A tecnologia é uma importante aliada nessa tarefa”, indica.
As vantagens para a empresa
Os benefícios da transição de carreira dentro da organização não se limitam apenas aos profissionais. A empresa que investe na prática também obtém um retorno muito positivo, principalmente na retenção de talentos.
Por isso, segundo Irene, para que o processo seja assertivo é necessário haver sempre uma troca entre gestor e colaborador. “O feedback é essencial para incentivar esse profissional a construir uma carreira sólida na organização, lembrando que quanto mais ele estiver motivado, resultados mais consistentes serão produzidos”, esclarece.
Além disso, manter uma linha sucessória de bons profissionais é primordial para alavancar os negócios. “A cultura de troca de experiências técnicas em diversas áreas é muito promissora, pois auxilia na geração de recursos humanos qualificados para organização. E viabiliza ainda a capacitação de líderes que desenvolvam projetos promissores” finaliza a especialista.