A concorrente chinesa da Starbucks, Luckin Coffee entrou com processo para seu IPO. A companhia deverá vender suas ações na bolsa norte-americana Nasdaq em maio ou junho. A Luckin Coffee é a segunda maior rede de cafeterias da China, ficando atrás da Starbucks. A empresa surgiu em 2017 e será a chinesa a ter o IPO mais rápido da história.
A rede esperaria alcançar 3 bilhões de dólares de valor de mercado com o IPO. No ano passado, a companhia teve um faturamento de 125,2 milhões de dólares. Outro plano da Luckin é ultrapassar a Starbucks na China até o fim deste ano. A empresa oferece preços mais baixos e realiza promoções com frequência, conquistando assim o público local. Do primeiro trimestre de 2018 ao mesmo período deste ano, o faturamento da rede cresceu mais de 3 000%.
Por outro lado, embora o faturamento da empresa tenha crescido, seu prejuízo em 2018 foi de 241,3 milhões de dólares, quase o dobro do faturamento do período. Até o momento, a Luckin recebeu 550 milhões de dólares em investimentos. Além disso, a Starbucks detém cerca de 59% de participação nas vendas em cafeterias na China. Em 2012, esse percentual era de 43%. A rede norte-americana possui mais de 3300 lojas em várias cidades da China. Sua meta é abrir uma nova a cada 15 horas no país e dobrar de tamanho até 2022.
A China é conhecida como um mercado onde empresas ocidentais têm dificuldade para prosperar. A própria Uber, que deverá abrir seu capital no próximo mês e é líder em transportes no Ocidente, não consegue alcançar a chinesa Didi e desistiu de atuar no país. Por outro, as empresas de alimentação não enfrentam tanta resistência quanto as de tecnologia.
A disputa entre as companhias deve ficar mais acirrada nos próximos anos. O consumo de café pelos chineses – conhecidos como assíduos consumidores de chá – ainda fica aquém de outros países. Os chineses consomem somente três xícaras de café por ano, ante 250 do Reino Unido e 363 dos Estados Unidos. Mas o cenário vem mudando, e as vendas de cafeterias na China cresceram 236% entre 2012 e 2017, enquanto o número de lojas mais que duplicou, segundo a Euromonitor. A expectativa dos analistas é que o setor de café siga crescendo entre os chineses.
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