A Ascena anunciou a conclusão da venda da varejista de moda com desconto Maurices. A marca havia recebido um investimento de US$ 210 milhões e agora foi vendida integralmente para uma afiliada da empresa de private equity OpCapita LLP, que já possuía 49,6% de participação na empresa. A transação foi avaliada em US$ 300 milhões.
A Ascena manterá uma participação minoritária e continuará a apoiar a marca por meio de um contrato de serviços gerenciados, incluindo suporte para TI, cadeia de suprimentos, fornecimento e algumas funções administrativas. A companhia disse que espera receber cerca de US$ 200 milhões por esses serviços e que os recursos serão usados para pagar a dívida da marca.
A Maurices continuará sendo liderada por George Goldfarb, presidente e diretor-geral da bandeira, e sua atual equipe de gerenciamento. De acordo com a OpCapita, Jeff Kirwan, ex-presidente e CEO da marca Gap, se juntará como presidente executivo. Eles também “serão apoiados pela equipe de investimentos da OpCapita, bem como por uma equipe dedicada nos EUA”.
No início deste mês, os executivos da Ascena informaram aos analistas que estavam estudando quais medidas tomar, incluindo onde cortar gastos para aumentar a rentabilidade e como usar seu caixa. Parece que, com a venda, ela será capaz de cumprir, pelo menos parcialmente, todos os três.
O conglomerado de vestuário vem lutando há algum tempo, e seu trimestre mais recente não demonstrou nenhuma evolução. As vendas líquidas caíram para US$ 1,69 bilhão, ante US$ 1,72 bilhão no mesmo período do ano passado, enquanto as vendas totais aumentaram 2%. Suas marcas premium Ann Taylor e Loft estão se saindo melhor, com cada um registrando aumento de 10%, mas as marcas de menor valor não estão recuperando muito. As composições trimestrais mais recentes da Maurices subiram 1%, com a Dressbarn caindo 1%. Suas marcas plus size também vem apresentando baixo desempenho. As composições da Lane Bryant caíram 8% e as da Catherines 4%. Elas enfrentam a crescente concorrência de marcas de vestuário tradicionais que ampliaram suas ofertas de tamanho.
A empresa está vacilando em parte devido a desafios nas vendas. Mas, para alguns analistas, a Ascena tem lojas e talvez até marcas demais. Além disso, algumas delas perderam seus estilos, o que prejudicou ainda mais a recuperação da companhia. Até mesmo as vendas de produtos de primeira linha em sua unidade infantil, que normalmente eram excelentes, avançaram apenas 2% no primeiro trimestre. A Ascena também foi prejudicada pelas dívidas que assumiu para adquirir a Ann Inc., embora essas marcas premium tenham atendido bem a suas expectativas, disse Ray Hartjen, diretor de marketing de conteúdo e relações públicas da RetailNext.
Em comunicado, o CEO da Ascena, David Jaffe, observou que o negócio reflete como o expertise em varejo da companhia tem valor. “A transação da Maurices fortalecerá o balanço patrimonial e a liquidez da empresa, e o arranjo contínuo de serviços gerenciados servirá como um modelo para oferecer serviços a terceiros”, disse Jaffe.
*Imagem reprodução