A Apple finalizou uma pequena lista de possíveis locais para sua primeira loja de varejo na Índia, enquanto a companhia redobra seus esforços no mercado de smartphones que mais cresce no mundo.
A gigante do iPhone concentrou-se em vários endereços de luxo em Mumbai e planeja tomar uma decisão final nas próximas semanas. Os pontos examinados são comparáveis aos icônicos locais da Apple na Quinta Avenida, em Nova York, na Regent Street, em Londres, ou na Champs-Elysées, em Paris. A Apple foi proibida de abrir suas próprias lojas no país porque não atende aos requisitos locais de suprimento, mas está mudando a produção para a Índia e está em conversações com o governo sobre sua expansão no varejo.
A empresa de Cupertino, na Califórnia, tem lutado para se estabelecer na Índia, onde os consumidores optaram por marcas chinesas mais baratas, como Xiaomi e Vivo. Mas o presidente-executivo da companhia, Tim Cook, prometeu crescer no mercado indiano, especialmente porque a Apple vem perdendo terreno na China. A fabricação na Índia também permitirá que a empresa evite tarifas de 20% sobre telefones importados, tornando seus dispositivos mais competitivos.
“A Índia é um mercado muito importante a longo prazo”, disse Cook após o relatório de lucros da empresa na semana passada. “É um mercado desafiador no curto prazo, mas estamos aprendendo muito. Nós planejamos ir lá com toda a nossa força”, informou o presidente.
A Índia não tem grande peso na receita da Apple. No último trimestre, a empresa gerou 44% da receita nas Américas e 18% na China. A Índia é incluída junto ao restante da região Ásia-Pacífico, que é responsável por cerca de 6%.
A Apple tentou nos últimos anos ganhar terreno, à medida que a Índia superou a China como o mercado de smartphones de maior crescimento no mundo. Um veterano da Apple assumiu como líder no país no final de 2017, reformulando sua estratégia e substituindo os principais executivos de vendas. Mas com pouco sinal de progresso, um novo presidente para as operações locais foi nomeado em novembro.
Ainda assim, a Apple continua a tropeçar na Índia. A empresa de pesquisa Canalys estima que as importações da empresa tenham caído mais de 75% no primeiro trimestre de 2019, fazendo com que ela represente apenas 1% do mercado de smartphones do país.
Agora, a Apple parece estar fazendo o trabalho difícil – e caro – de construir uma base para seus negócios. A Foxconn Technology Group, seu parceiro de fabricação mais importante, está realizando testes de qualidade para a série Xr do iPhone na Índia e planeja iniciar a produção em massa em uma fábrica instalada nos subúrbios de Chennai. Modelos mais antigos já são montados em uma fábrica da Wistron em Bangalore. O aumento nas operações locais deve agilizar a aprovação de uma loja de propriedade da empresa quando um novo governo assumir a Índia no final de maio ou início de junho.
“Ter sua própria loja de varejo pode ser exatamente o que a Apple precisa para reforçar sua imagem premium”, disse Rushabh Doshi, analista da Canalys. “Uma loja pouco antes do próximo lançamento será o momento perfeito para a Apple reiniciar sua história de crescimento indiano.”
É claro que Cook não vai desistir dos fabricantes de celulares chineses que vieram para liderar o mercado. “Fizemos alguns ajustes na Índia e vimos preliminarmente alguns resultados melhores lá”, afirmou o executivo.
De fato, no mês passado, a Apple publicou anúncios de primeira página em jornais anunciando descontos consideráveis no mais recente iPhone Xr. A fabricante de celulares, que raramente reduz o preço de seus modelos mais recentes, ofereceu uma redução de 17.000 rúpias (US$ 244) em seu novo iPhone Xr, reduzindo o preço para 59.900 rúpias.
“Os cortes de preços são definitivamente um passo na direção certa”, disse Doshi. “A Apple tem um equilíbrio delicado para manter: precisa atrair os compradores indianos conscientes dos custos, ao mesmo tempo em que garante que as quedas nos preços não diluam sua imagem premium”.
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