Os consumidores estão cada vez mais conscientes e preocupados com aquilo que consomem. Saber a origem dos alimentos, das roupas, dos cosméticos e de tudo o que se utiliza é importantíssimo, sobretudo devido aos impactos ambientais, sociais e para a saúde que cada produção e cada produto geram. Um grande aliado neste processo é a tecnologia blockchain, que já está sendo utilizada.
Para tratar desta novidade e seus impactos, Fernando Mattoso, CIO do Grupo Natura; Carlos Rischiotto, Blockchain Technical Leader da IBM e Joaquim Sousa, diretor Comercial Alimentar do Carrefour irão participar do painel “Blockchain: A próxima revolução no varejo” que será realizado em 27 de agosto, durante o LATAM Retail Show. A conversa contará com a curadoria de Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP, e abordará temas como as contribuições que o blockchain pode dar para a segurança nas transações, os papéis que esta tecnologia terá no varejo e seu impacto nos negócios, entre muitos outros.
“O blockchain precisa ser desmistificado, pois terá um papel de extrema importância nas empresas nos próximos anos. O painel irá mostrar que esse assunto, além de ser de interesse de todos, é algo muito além da pauta sobre criptomoedas ou tecnologia. Será, por exemplo, o principal caminho das empresas que desejam comprovar para seus consumidores e processos internos a origem ou a autenticidade de tudo o que produz”, afirmou Camargo.
A Natura vem desenvolvendo projetos com a tecnologia. A empresa sempre trabalhou com a busca de ingredientes naturais para seus produtos, utilizando os conhecimentos de comunidades da região da Amazônia e trazendo um impacto social positivo para os locais onde atua. A companhia sempre desenvolve processos de colheita específicos para cada espécie, a fim de não afetar o ciclo da planta e respeitar as safras, atuando de forma sustentável.
Sendo assim, o blockchain pode ser extremamente positivo para os negócios da marca de cosméticos, dando a oportunidade para que seus consumidores vejam o processo de criação e produção de cada item comercializado, tendo um real conhecimento daquilo que consomem e vendo o trabalho desenvolvido pela empresa. A Natura já está estudando a viabilidade de implantar a tecnologia blockchain para garantir uma maior transparência no seu processo de produção, garantindo a rastreabilidade das matérias primas usadas nos produtos e transformando a interação com os consumidores.
A IBM vem aproveitando os potenciais do blockchain para trazer mais segurança às operações financeiras. A empresa criou a IBM Blockchain World Wire, uma nova rede de pagamentos em tempo real que deve facilitar a realização de pagamentos internacionais usando sistemas de segurança baseados em blockchain. O objetivo da criação é trazer rapidez para os pagamentos entre países, possibilitando enviar e receber montantes com um sistema de comunicação integrado e protegido.
A tecnologia permite que as instituições financeiras tenham acesso a várias ferramentas digitais, podendo expandir a inclusão financeira no mundo. No momento, a modalidade pode mediar transações em 72 países, movimentar 47 moedas em 44 bancos. No Brasil, o único banco a contar com o serviço é o Bradesco.
O Carrefour também está utilizando a tecnologia. A rede de hipermercados lançou a primeira linha de produtos com uso de blockchain no Brasil, que permite que os clientes, por meio de um QR Code, vejam informações detalhadas da produção e distribuição dos alimentos. Os consumidores podem conferir o modo de criação dos animais, incluindo sua alimentação, a localização da fazenda de origem, dados do criador, o número do lote e muito mais. Para a própria rede, a vantagem é que o blockchain também permite maior controle em casos de recall de produtos.
A linha que recebeu o rastreio no Brasil foi a Suíno Sabor & Qualidade, mas, na França, a empresa já havia implantando o sistema em sua linha premium de frangos no ano passado. A intenção do Carrefour é expandir a tecnologia para mais quatro produtos por aqui e mais oito na França.
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