Uber emprega idosos na entrega de refeições no Japão

A estratégia do Uber Technologies para o Japão, onde motoristas não profissionais são proibidos de transportar passageiros, é tão única quanto o próprio país: vovós com tênis de corrida entregando lámen.

O presidente do Uber, Dara Khosrowshahi, esteve no país esta semana para enfatizar a importância do mercado, onde a empresa de São Francisco estabeleceu um negócio de entrega de alimentos em expansão, mas manteve o transporte de passageiros limitado ao serviço premium e parcerias com empresas de táxi. O Japão também é sede do maior acionista do Uber, o SoftBank Group, onde a empresa de transporte pretende aumentar a equipe no próximo ano.

“Os idosos estão se candidatando para trabalhar como entregadores do Eats”, disse Khosrowshahi. “O Eats tem sido um enorme sucesso no Japão. Vai ser uma introdução muito eficaz para a marca Uber.”

Expandir o Uber Eats pode ser a melhor oportunidade da empresa, por enquanto, para capturar receita na terceira maior economia do mundo. Mais de 10 mil restaurantes e 15 mil entregadores fazem parte de uma rede de distribuição que abrange 10 cidades japonesas, segundo o CEO. Com isso, o serviço está disponível para cerca de 15% da população em comparação com 70% nos EUA, com muito espaço para crescer, acrescentou.

Com uma taxa de desemprego de 2,4%, perto do nível mais baixo em 25 anos, o mercado de trabalho do Japão tem falta de mão de obra. A população está envelhecendo: fraldas para adultos vendem mais do que as de bebês. Idosos se interessam pela entrega de alimentos para encontrar empregos, além de receber refeições em casa.

Enquanto a maioria dos entregadores usa bicicleta ou patinetes, os idosos, com o objetivo de se exercitar, fazem as entregas a pé, disse Khosrowshahi. “Esta é uma área exclusiva para o Japão e estamos vendo se podemos expandir para o resto do mundo”, disse o CEO.

Para apoiar os negócios do Eats, bem como seus esforços iniciais para parcerias com empresas de táxi, o Uber planeja aumentar o quadro de funcionários com carteira assinada no Japão, atualmente com 100 pessoas, em mais de 30% em 2020, em áreas como gestão de contas, vendas e operações locais. Mesmo nesse ritmo, ainda é uma pequena proporção da força de trabalho global do Uber, de 22 mil pessoas.

Devido aos rígidos regulamentos do Japão, que proíbe a prestação de serviços de transporte por motoristas não profissionais, o Uber optou por trabalhar com os reguladores. Lançou um programa piloto em 2016 para oferecer passeios para idosos na pequena cidade costeira de Tangocho, onde os serviços de transporte público para uma população em envelhecimento são cada vez menores.

No ano passado, o Uber fechou parcerias com empresas de táxi locais. Agora, a companhia tem negócios com oito empresas de táxi em muitas cidades, incluindo destinos turísticos populares como Kyoto, Osaka e Hiroshima. A Sony, a startup Japan Taxi e chinesa Didi Chuxing estão entre as que lançaram aplicativos de táxi para concorrer nesse mercado. O Uber Black, o serviço premium da empresa, por enquanto, está disponível apenas em Tóquio.

“Vai levar tempo, mas gostamos do que vemos em termos de potencial do mercado”, disse Khosrowshahi. “As inovações que vamos fazer em táxi aqui vamos levar para o resto do mundo.”

Fonte: Bloomberg
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