Os empresários seguem agindo com cautela, e o Índice de Estoques (IE) do comércio paulistano sofre queda de 2% em julho – 116,7 pontos ante os 119,1 pontos de junho. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 11,2%. A proporção dos que consideraram seus estoques adequados caiu 1,9% – de 59,4% em junho para os atuais 58,3%. No entanto, em relação ao mesmo período de 2018 (52,2%), registrou alta de 6 pontos porcentuais.
De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a queda do índice pode ser considerada positiva, pois os comerciantes estão comprando pouco para não inflar o volume, diante da estagnação das vendas. Assim, demonstram grande capacidade de adaptação às adversidades econômicas ao evitar prejuízos por motivos de altos estoques.
Dessa forma, ficou praticamente estagnado o levantamento de empresários que declararam ter excesso de estoques – de 26,7% em junho para 26,8% em julho, leve alta de 0,2 ponto porcentual. E para os que consideram ter estoques baixos: alta de 1 ponto porcentual em relação ao mês anterior, de 13,7% em junho para os atuais 14,7%. Os números estão próximos dos registrados na pré-crise, antes de 2014, quando 60% dos comerciantes tinham estoques adequados, 25% afirmava ter estoques acima, e 15%, abaixo do adequado.
Entre as pequenas empresas 27,1% estão com estoques altos, enquanto nas grandes, a proporção é menor, 14,6%. Quanto aos estoques baixos, a média não apresenta tanta diferença: 14,7% e 16,7%, respectivamente.
Os dados são levantados pela FecomercioSP e captam a percepção dos varejistas sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, variando de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos 100 pontos é o limite entre inadequação e adequação.
De acordo com a entidade, em relação ao controles de estoques bem desenvolvidos, a sugestão é investir em tecnologia, digitalizar a logística por meio de códigos de barra e QR codes nas etiquetas. Os preços dos equipamentos de leitura registraram quedas e, atualmente, estão mais acessíveis para pequenas e médias empresas. Outra recomendação é que os comerciantes sejam assertivos ao adquirir novas mercadorias, sempre atentos às principais demandas dos consumidores.
A expectativa da FecomercioSP é que, com a aprovação em primeiro turno da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, outros projetos e medidas do governo para economia também passem. Isso promoverá alívio nas contas públicas e deixará o país em ambiente mais propício para investimentos em longo prazo.
De acordo com a entidade, já houve melhora nos índices de confiança do consumidor, o que também deve refletir no empresariado. Assim, o ritmo econômico do segundo semestre tende a ser melhor do que o do primeiro de 2019.
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